'Eu não vou tomar vacina e ponto final, problema meu', diz Bolsonaro
"Eu não vou tomar vacina e ponto final. Minha vida está em risco? O problema é meu", disse o presidente em entrevista ao Brasil Urgente, da Band, nesta terça-feira (15)
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Brasil BOLSONARO-VACINA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O presidente Jair Bolsonaro, que já contraiu o novo coronavírus neste ano, repetiu que não vai tomar vacina contra o coronavírus, mas que dará sinal verde à compra e aplicação de todos os imunizantes que forem autorizados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Nesse pacote está, inclusive, a Coronavac, a vacina que entrou no meio de uma disputa entre o presidente e o governador paulista, João Doria (PSDB), seu rival político, que anunciou importação, fabricação e até data de imunização de forma independente do governo federal.
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"Eu não vou tomar vacina e ponto final. Minha vida está em risco? O problema é meu", disse o presidente em entrevista ao Brasil Urgente, da Band, nesta terça-feira (15).
Bolsonaro afirmou que vai liberar R$ 20 bilhões para a compra dos imunizantes e que a vacinação não deve ser obrigatória. "É universal, à disposição de quem quiser. Mas tem que ter responsabilidade. O fabricante fala que não é responsável por efeito colateral nenhum", disse.
Mesmo com a vacina contra a Covid-19 no horizonte, já em aplicação no Reino Unido e nos Estados Unidos e com data para começar no Brasil (caso os testes se mostrem seguros), cresceu a parcela da população brasileira que não pretende se imunizar, segundo pesquisa Datafolha.
Ao todo, 22% dos entrevistados disseram que não pretendem se vacinar, enquanto 73% disseram que vão participar da imunização -outros 5% disseram que não sabem. Pesquisa nacional feita em agosto apontava que apenas 9% não pretendiam se vacinar, contra 89% que diziam que sim.
Um terço dos brasileiros que dizem sempre confiar no presidente Bolsonaro afirmou que não vai se vacinar, enquanto esse número cai para 16% entre os que dizem que nunca confiam no chefe do Executivo.
O presidente repetiu, ainda, que confia em medicamentos que estudos já mostraram que não têm eficácia e podem trazer outros riscos de saúde, como a hidroxicloroquina e a ivermectina. "Salvou minha vida", disse o presidente, que já contraiu o vírus. "E minha mãe de 93 anos tem sempre uma caixa do lado dela."
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"Alguns falam que não tem comprovação científica... Eu sei disso, mas não tem contra-indicação. Está aí à disposição, pegou, toma", afirmou.
Mesmo com alta de casos e mortes por coronavírus nas últimas semanas, Bolsonaro reafirmou que acredita que a pandemia está no final e que "estamos próximos a uma imunidade de rebanho" –tese rebatida por infectologistas.
O aumento, segundo o presidente, é devido ao final da campanha nas eleições, assim como as pessoas "que se cansaram de ficar em casa".
Bolsonaro também voltou a pedir que os governadores e prefeitos não tornem a quarentena mais rígida. "Não fechem tudo porque se não virá os caos e só Deus sabe o que vai acontecer com o Brasil", disse Bolsonaro.