Prefeitura de São Paulo espera piora de casos de Covid-19 para a próxima semana
O Centro de Contingência do Coronavírus deve fazer ainda nesta semana uma nova reclassificação das regiões do estado de acordo com os novos critérios do Plano São Paulo
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Brasil CORONAVÍRUS-SP
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A prefeitura de São Paulo espera um aumento de casos e internações de Covid-19 para a próxima semana, o que deve pressionar ainda mais o sistema de saúde da capital.
Para o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, os efeitos das reuniões e aglomerações nas festas de fim de ano ainda terão um pico nos próximos dias.
"Pela análise dos nosso técnicos, a expectativa é de que haja um aumento considerável nos casos. É inevitável", lamentou.
Nesta terça-feira (19), a capital tinha ocupação de 65% dos leitos de UTI de Covid-19 nos hospitais municipais ou contratados pela prefeitura, de acordo com boletim diário da Secretaria da Saúde. Dos 1.222 pacientes internados para tratamento da doença , 637 estavam em vagas intensivas, o que representa 52,1% do total.
Segundo Aparecido, a cidade tem capacidade de absorver o aumento da demanda esperada, pois aumentou o número de leitos de UTI e de enfermaria mesmo quando o número de casos havia reduzido, em outubro.
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"Hoje [terça-feira] temos apenas dois hospitais com lotação máxima, a Santa Casa de Santo Amaro e o Cruz Azul, que são unidades contratualizadas, então temos que utilizar o que está sendo pago. O Brasilândia, por exemplo, está com 74% de lotação", afirmou.
Questionado sobre se esse aumento de casos pode fazer a cidade regredir na classificação do Plano São Paulo, passando à fase laranja (a segunda mais restritiva), Aparecido afirmou que a capital cumpre a sua parte, mas sofre impacto da falta de estrutura de outras cidades.
"Cerca de 23% dos pacientes hospitalizados na capital não residem aqui. Então sofremos uma pressão muito grande de pacientes da região metropolitana e do interior do estado. Estamos conseguindo atender a todos, mas sabemos que muitas cidades desativaram leitos de UTI, assim como parte da rede particular. Então temos de lidar com essa pressão na nossa rede", diz.
O secretário se diz favorável à adoção de medidas para reduzir a disseminação da doença, mas pondera que as restrições tomadas precisam ter adesão da população, caso contrário "não acontece nada".
O Centro de Contingência do Coronavírus deve fazer ainda nesta semana uma nova reclassificação das regiões do estado de acordo com os novos critérios do Plano São Paulo.
Atualmente, seis regiões do estado, incluindo a capital, estão na fase amarela. Outras dez áreas estão na fase laranja e a região de Marília está na vermelha, quando somente serviços essenciais podem funcionar.
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