Após 4 meses, greve de peritos do INSS deixa 1,3 milhão sem atendimento
Mais de 90% dos 4.378 servidores da categoria aderiram à greve e trabalham em um sistema de rodízio para manter o atendimento mínimo
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Brasil Médico
A greve dos médicos peritos do INSS,
qur
já dura quatro meses, está afetando a vida de mais de 1,3 milhão de brasileiros, que não conseguem os laudos necessários para entrar com o pedido de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez. De acordo com reportagem do jornal O Dia,
a perícia
está sendo feita por apenas 30% do efetivo,
percentual que é obrigatório por lei.
“É muito indigno
ver
minha esposa trabalhando sozinha e eu ter que fazer bicos, depois de ter um emprego e não poder receber o meu auxílio”, desabafou
Nestor de Souza, 56 anos. Ele
perdeu os
movimentos
das mãos
depois que desenvolveu
uma lesão.
Assim, não consegue continuar o trabalho que fazia
em uma lavanderia.
Desde
agosto de 2015 que Nestor tenta receber o auxílio-doença do INSS, mas não consegue por conta da falta de
peritos.
O presidente da Associação
Nacional
dos Médicos Peritos da Previdência Social (ANMP), Francisco Eduardo Cardoso, explicou que 95% dos 4.378 servidores da categoria
aderiram à greve e trabalham em um sistema de rodízio para
manter o atendimento mínimo. “Enquanto não houver um acordo satisfatório por parte do governo, continuaremos em greve mas estamos buscando a negociação”, disse Cardoso ao jornal.
De acordo com a
ANMP, já foram realizadas
quatro reuniões antes do início da greve e três ao longo dos quatro meses de
paralisação. Até agora, nenhum acordo foi firmado.
Os médicos querem
27% de aumento em dois anos, redução da carga semanal de 40 para 30 horas, reestruturação da carreira e fim da terceirização.
A reportagem apurou que agendar a perícia não é garantia de que se vá conseguir o atendimento, uma vez que muitas pessoas chegaram no local e hora marcados e tiveram que voltar para casa sem a perícia, pois não haviam profissionais em número suficiente para todos os presentes.