Prontos-socorros de SP têm restrição no atendimento
Na capital, os hospitais afetados são os do Grajaú e Pedreira (zona sul) e da Vila Alpina e Itaim Paulista, na zona leste. Na Grande SP, a medida abrange Itapecerica da Serra e Mogi das Cruzes
© Getty Images
Brasil SAÚDE-SP
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O governo do estado de São Paulo, gestão João Doria (PSDB), está restringindo o atendimento nos prontos-socorros em seis hospitais estaduais na capital e na Grande São Paulo. O objetivo da medida, que começou a vigorar nesta segunda-feira (1º), é utilizar os equipamentos para concentrar somente pacientes graves.
Leia Também: Brasil registra média móvel de 1.062 mortes por covid-19
Na capital, os hospitais afetados são os do Grajaú e Pedreira (zona sul) e da Vila Alpina e Itaim Paulista, na zona leste. Na Grande SP, a medida abrange Itapecerica da Serra e Mogi das Cruzes.
Estas unidades enfrentam problemas de lotação de casos de Covid-19. No último dia 21, o Hospital Geral de Pedreira registrou aumento de 136% na ocupação dos leitos de enfermaria para o novo coronavírus.
A mudança no modelo de atendimento não foi comunicada no site da Secretaria de Estado da Saúde e nem nos canais da pasta nas redes sociais. Na porta dos hospitais foram colocados cartazes avisando sobre a restrição e orientando os pacientes com problemas leves a procurarem unidades municipais.
O secretário executivo da pasta, Eduardo Ribeiro, diz que a decisão, chamada de "redirecionamento da demanda de quadros leves", visa conter o aumento no número de atendimentos.
"É importante dedicar os hospitais capacitados, equipados, para, neste momento de dificuldade, poderem se dedicar plenamente aos atendimentos mais graves."
Segundo ele, esse modelo já é adotado pelo Hospital das Clínicas. Em nota, a secretaria diz ainda que esse redirecionamento será feito ao longo de 90 dias.
Inicialmente, outros dois municípios também teriam restrições no atendimento. Em Guarulhos, a gestão Gustavo Henric Costa, o Guti (PSD), afirmou que se reuniu na sexta (29) com a secretaria estadual e que obteve o compromisso do estado de não modificar o funcionamento no Hospital Geral.
A Prefeitura de Cotia, gestão Rogério Franco (PSD), disse nesta segunda que não havia sido comunicada sobre a readequação e que a medida iria sobrecarregar as unidades municipais.
OUTRO LADO
A Secretaria de Estado da Saúde, gestão João Doria (PSDB), afirma que o modelo de atendimento é previsto pelo SUS (Sistema Único de Saúde) para hospitais de alta complexidade.
"Os PSs ficarão dedicados a atender pacientes levados à unidade por ambulâncias ou serviços de resgate, pois estes casos mais graves têm atendimento priorizado." A pasta não disse porque não comunicou a mudança em seus canais oficiais.
A Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, gestão Bruno Covas (PSDB), diz que tem realizado reuniões semanais com o governo do estado "visando manter a qualidade dos atendimentos" e que os hospitais e unidades de saúde da rede municipal "seguem atendendo normalmente".
A Prefeitura de Mogi das Cruzes, gestão Caio Cunha (Podemos), diz que a readequação deve aumentar a demanda nos postos municipais, mas que a cidade "tem uma rede muito bem estruturada" para suportar esse aumento. A Prefeitura de Itapecerica da Serra, gestão Francisco Nakano (PL) não se manifestou.