Governo britânico lança 'caçada' para achar portador de variante brasileira
A P.1 foi detectada pela primeira vez no país, em três pessoas na Inglaterra e outras três que voaram do Brasil para a Escócia
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BRUXELAS, BÉLGICA (FOLHAPRESS) - O governo britânico vai fazer testes em massa para tentar encontrar um viajante que chegou do Brasil com a variante de Sars-Cov-2 "brasileira", a chamada P.1, que é mais contagiosa que o vírus original.
A P.1 foi detectada pela primeira vez no país, em três pessoas na Inglaterra e outras três que voaram do Brasil para a Escócia. Um deles, porém, é desconhecido, porque não preencheu o cartão de identificação que acompanha o teste.
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A Public Health England (PHE) diz que os testes em que a variante foi encontrada foram feitos antes das atuais medidas de quarentena obrigatória em hotéis -iniciada em 15 de fevereiro. O governo, porém, ainda não sabe se o infectado anônimo chegou do Brasil ou foi contaminado no Reino Unido.
Para tentar encontrá-lo, o governo vai rastrear centenas de passageiros de uma série de voos que tenham feito conexão com outros partindo do Brasil nas primeiras semanas de fevereiro e usar dados do serviço postal.
A P.1 preocupa o governo britânico porque suas mutações, além de torná-la mais contagiosa, podem tornar o vírus menos suscetível às vacinas que estão sendo usadas no momento no país.
Em entrevista a uma emissora de TV na manhã desta segunda (1º), o ministro responsável por vacinação, Nadhim Zahawi, disse que a pessoa que procuram pode ter recebido um kit de teste doméstico ou retirado um kit num dos postos públicos. "Parte do motivo pelo qual queremos localizá-lo rapidamente é entender mais sobre ele e seus movimentos", disse.
Os outros dois casos da variante detectados na Inglaterra são de uma mesma família, na qual um dos membros voltou do Brasil cinco dias antes da quarentena vigiada entrar em vigor. Ele saiu de São Paulo, fez conexão em Zurique e chegou a Londres em 10 de fevereiro, pelo voo LX318 da Swiss Air Lines.
O ministro disse que ele fez um teste antes da partida e preencheu o formulário de localização. Durante a quarentena, desenvolveu sintomas, e seus contatos foram identificados e isolados. A chance de transmissão é mínima, de acordo com Zahawi, porque o paciente cumpriu o isolamento.
Ainda assim, o governo está acompanhando todos os passageiros que chegaram no mesmo voo e fará testes em áreas da região em que ele mora –South Gloucestershire, no sudoeste inglês–, para reduzir a possibilidade de transmissão não identificada.
A PHE também lançou um apelo para que todos os que fizeram teste de Sars-Cov-2 nos dias 12 ou 13 de fevereiro e não receberam o resultado ou não preencheram o cartão de identificação que procurem as autoridades de saúde.
Três pessoas que vivem no norte da Escócia também testaram positivo para a variante P.1 depois de voltar do Brasil com conexões em Paris e Londres. Os três tiveram o mutante identificado durante a quarentena de dez dias, no qual estavam em isolamento, e os outros passageiros do voo estão sendo contatados.