PM aposentado mata os próprios pais e acaba morto em troca de tiros
Após ter assassinado o pai, de 76 anos, e a mãe, 72, ele foi morto pela polícia em uma suposta troca de tiros com colegas de farda da ativa, segundo a PM
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Justiça CRIME-SP
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Um policial militar de 46 anos é suspeito de atirar e matar os próprios pais em um condomínio na região do bairro José Bonifácio (zona leste da capital paulista) na tarde deste domingo (18). Após ter assassinado o pai, de 76 anos, e a mãe, 72, ele foi morto pela polícia em uma suposta troca de tiros com colegas de farda da ativa, segundo a PM.
Conforme registro do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), o sargento aposentado Edson Nogueira de Almeida teve um "surto psicótico". Uma das motivações teria sido o fim de um relacionamento de 15 anos, ocorrido há cerca de nove meses. Nos últimos três meses, segundo a polícia, ele tentou reatar o relacionamento com a ex, sem sucesso.
Um PM que atendeu à ocorrência disse em depoimento que agentes da 3ª Companhia do 48º BPM (Batalhão da Polícia Militar) foram até o apartamento onde moravam os pais do sargento aposentado. No local, constataram que Almeida mantinha no interior do imóvel o pai, Francisco Gomes de Almeida, e a mãe, Maria Gomes Nogueira, sob ameaça de uma arma. O suspeito estava armado com uma pistola calibre ponto 40.
Conforme o depoimento, o sargento aposentado estava "em surto" e "muito descontrolado". Em determinado momento, a mãe dele foi até a porta do apartamento tentar falar com policiais envolvidos na ocorrência e responsáveis pela negociação com o suspeito.
O documento do DHPP cita que Edson chamou a idosa para dentro e, como ela tentou novamente ir até a porta do apartamento, o sargento aposentado desferiu diversos disparos de arma de fogo contra a própria mãe, que caiu no chão ferida.
Após os disparos, os PMs ficaram sabendo que o pai do sargento também estaria ferido a tiros e inconsciente, dentro do apartamento.
Quando os agentes tentavam negociar a rendição do suspeito, ainda segundo registrado pela polícia, Almeida sacou a arma e disparou contra os PMs, que revidaram com ao menos 23 tiros, sendo que seis deles atingiram o policial aposentado. Ferido, o PM aposentado caiu no chão e somente depois disso é que foi possível prestar socorro aos três. Eles foram encaminhados ao hospital Santa Marcelina, na zona leste, entretanto, já chegaram sem vida.
Nenhum policial que trocou tiros se feriu. Eles teriam se protegido dos disparos com dois escudos, que foram atingidos pelos tiros disparados do sargento.
Aos PMs que atenderam a ocorrência, a ex-mulher de Almeida, de 42 anos, disse que o sargento aposentado "teria surtado" com vizinhos há duas semanas. Os motivos são apurados pela Polícia Civil.
Ela acrescentou ainda que, pouco antes antes de ele manter os pais, o PM aposentado falou com ela ao telefone. "Ele aparentou estar transtornado, dizendo que estaria na residência dos pais, apresentando discurso desconexo com a realidade", disse a mulher.
O caso foi registrado no 103º DP (Cohab Itaquera), mas foi encaminhado ao DHPP, por envolver morte por intervenção policial.
A SSP (Secretaria da Segurança Pública), afirmou que as armas usadas no tiroteio, incluindo do PM aposentado, foram apreendidas. Projéteis e cápsulas de munição também foram apreendidos para perícia.
Os corpos das vítimas, acrescentou a pasta, foram encaminhados ao IML (Instituto Médico Legal).
Segundo documento de identificação do sargento aposentado, ele ingressou na PM em 30 de outubro de 1997.
A corporação foi questionada sobre a data em que ele se aposentou e em quais unidades atuou. Nenhum posicionamento foi encaminhado até a publicação desta reportagem.