Bebê morre após hospital usar garrafa no lugar de máscara de oxigênio
A recém-nascida perdeu a vida e o irmão gêmeo Gabriel seguiu internado com a garrafa como máscara
Bebê morre após hospital usar garrafa no lugar de máscara de oxigênio - Reprodução / Arquivo Pessoal
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Brasil AM
Uma criança recém-nascida morreu 10 horas após o parto no hospital de Jutaí, 751 km de Manaus.
O hospital de Jutaí não tinha máscaras de oxigênio e improvisou com garrafas PET, a internação da criança e do irmão gêmeo, que nasceram com problemas respiratórios.
Segundo informações do G1, o menino teve alta neste domingo (31), mesmo tendo nascido com 7 meses de gestação. A Secretaria de Saúde do Amazonas (Susam) está investigando o caso.
A tia das crianças contou à reportagem que os bebês nasceram em parto normal por volta de 1h do dia 28 e que a menina morreu às 11h. Rayssa Neres relatou que a família foi comunicada que o hospital não possuia incubadora e que estava sem máscaras de oxigênio. “O médico cortou a garrafa e colocou nos bebês, porque não tinha aparelho nem nada. Ele não tem culpa. Tentou ajudar”, reflete a tia.
De acordo com Rayssa, as ‘máscaras de PET’ chegaram a melhorar a respiração dos bebês, mas a improvisação rendeu machucados aos gêmeos. “Machucou os pescoços deles. Ficou roxo e o médico precisou afrouxar. Outro problema foi que havia apenas um [cilindro] de oxigênio para as duas crianças. Isso nos preocupou”, lembra.
A recém-nascida perdeu a vida e o irmão gêmeo Gabriel seguiu internado com a garrafa como máscara. Neste domingo (31), ele recebeu alta. A criança foi liberada após nascer de forma prematura e deixou a família em alerta. “O médico disse que ele está bem e deu alta, porque o hospital não tem incubadora. Mas estamos preocupados, porque ele nasceu meses antes do previsto. Queremos que ele vá para Manaus, para poder receber acompanhamento”, ressalta a tia.
Resposta
A Susam informou, em nota, que não foi acionada pelo hospital de Jutaí sobre a gravidade da situação. A pasta afirma que também não recebeu solicitação "de serviço de remoção aérea, que está funcionando normalmente para os casos de maior gravidade que não podem ser resolvidos nos municípios".
Ainda de acordo com o G1, nesta segunda (1), será enviada ao município uma equipe da Secretaria-Adjunta de Atenção Especializada do Interior para investigar o caso e adotar as medidas cabíveis.
A direção do hospital informou que os gêmeos nasceram prematuros e que a menina tinha um quadro pulmonar mais debilitado. Mesmo tendo sido submetida aos mesmos procedimentos que o irmão (que já recebeu alta do hospital), não resistiu devido ao quadro de infecção respiratória aguda de etiologia alveolar, ocasionada por síndrome de membrana hialina, principal complicação de prematuridade.
Segundo a direção, a falta da máscara de venturi – que não estava disponível na unidade e que foi substituída pelo material improvisado de garrafa pet – não contribuiu para o óbito da recém-nascida.