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Milicianos cobram taxa para criação de porcos em favela do Rio, dizem moradores

A cobrança de taxas para serviços como fornecimento de gás e luz elétrica é prática recorrente em comunidades dominadas pela milícia

Milicianos cobram taxa para criação de porcos em favela do Rio, dizem moradores
Notícias ao Minuto Brasil

12:47 - 20/08/21 por Folhapress

Justiça MILÍCIA-RIO

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Moradores da Favela do Rola, na zona oeste do Rio, afirmam que milicianos estão cobrando taxas para a criação de porcos na comunidade. Segundo os moradores, o valor da tarifa é de R$ 5 por porco e deve ser paga semanalmente aos milicianos.

A cobrança de taxas para serviços como fornecimento de gás e luz elétrica é prática recorrente em comunidades dominadas pela milícia. Essa é uma das principais formas pelas quais os criminosos financiam suas operações.

A chamada "taxa porco" foi revelada pelo RJ1, da TV Globo. Na reportagem, os moradores dizem que são coagidos a pagar as tarifas. Caso fiquem duas semanas sem pagá-las, os milicianos abatem os animais para fazer churrasco. Os moradores são obrigados até mesmo a comprar dos milicianos a ração que alimenta os animais.

A Secretaria de Estado de Polícia Civil afirmou que tem uma política de enfrentamento às milícias, inclusive na Favela do Rola. A pasta acrescentou que promove investigações para desarticular a organização.

A Favela do Rola está localizada na zona oeste do Rio, área na qual a milícia nasceu e começou a se expandir. Após dominar a região, os criminosos começaram a tentar exercer influência sobre outras áreas. No ano passado, o jornal Folha de S.Paulo mostrou que o grupo busca dominar regiões de classe média alta da cidade.

Em Laranjeiras, zona sul do Rio, um morador relatou que os milicianos explodiram caixas eletrônicos de uma agência após um banco se recusar a aceitar os serviços de segurança do grupo. Entre 2014 e 2019, as denúncias contra a organização cresceram 87%, segundo levantamento feito pelo Disque Denúncia a pedido da Folha de S.Paulo.

Em junho, a milícia sofreu uma baixa importante. Ecko -considerado o miliciano mais procurado do Rio- foi morto em uma operação da polícia para capturá-lo. Ele chegou a ser socorrido com vida, mas morreu no hospital.

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