Depois da AstraZeneca, vacina da Pfizer some dos postos de saúde de SP
Os moradores da capital paulista agora estão tendo dificuldades de encontrar o imunizante da Pfizer para o reforço na vacinação
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Brasil VACINA-PFIZER/BIONTECH
ALFREDO HENRIQUE, PAULO EDUARDO DIAS E MARIANE RIBEIRO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Depois de vacinas da AstraZeneca contra o novo coronavírus sumirem para segunda dose nos postos da cidade de São Paulo, desde esta quinta-feira (9), os moradores da capital paulista agora estão tendo dificuldades de encontrar o imunizante da Pfizer para o reforço na vacinação.
Segundo o site "De Olho na Fila", serviço desenvolvido pela Prefeitura de São Paulo para mostrar a situação dos postos e se há vacina para segunda dose, por volta das 12h30 desta sexta-feira (10), a Pfizer estava em falta em 85% dos postos -dos 536 locais abertos para vacinação, 454 não tinham o imunizante.
A AstraZeneca não estava disponível em praticamente nenhum posto de saúde da cidade de São Paulo nesta sexta. No fim da tarde de quinta, apenas 20 tinham o imunizante, segundo o "Filômetro", como o serviço da prefeitura é chamado.
Em nota, a Secretaria Municipal da Saúde disse que recebeu nesta quinta-feira (9), 255 mil doses da vacina Pfizer e outras 128.510 da Coronavac do governo do estado. Estas vacinas estão sendo entregues em todas as regiões da cidade e que as unidades estão sendo reabastecidas.
A pasta também afirmou que o Ministério da Saúde sinalizou a entrega de um lote de vacina da AstraZeneca para a capital, prevista para o início da próxima semana.
Em entrevista na manhã desta sexta, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) disse que até segunda-feira (13) o número de pessoas que ficarão sem a segunda dose da vacina da AstraZeneca na capital será de aproximadamente 340 mil pessoas. Ele afirmou, em coletiva de imprensa em Santo André (ABC), que até esta sexta o total de pessoas que estão sem a dose de reforço desde imunizante é estimado em 200 mil.
Ao todo, segundo ele, até o final da imunização com segunda dose, 1,7 milhão de pessoas vão precisar de vacinas da AstraZeneca.
"É uma questão que estamos enfrentando, lembrando que não é nenhuma responsabilidade do município, mas sim a falta de fornecimento [de doses] por parte do governo federal. Na data de hoje [sexta] é o nosso problema", afirmou Nunes, que não citou a falta de Pfizer.
Paulo Serra (PSDB), prefeito de Santo André e presidente do consórcio que envolve as sete cidades do ABC, afirmou que a partir do próxima dia 15, o ABC pode enfrentar problema semelhante de falta de vacinas.
"Vamos aguardar sempre as definições do Ministério da Saúde, com relação a dose suplementar [terceira dose] e substituição de segunda dose [da AstraZeneca]", disse, durante a mesma coletiva em que esteve Nunes.
O governo João Doria (PSDB) e o Ministério da Saúde trocam acusações sobre a falta da vacina AstraZeneca no estado de São Paulo. A capital paulista, por exemplo, ficou perto de interromper a aplicação da segunda dose do imunizante nesta quinta-feira (9).
Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, o governo federal deixou de enviar cerca de 1 milhão de doses da vacina para São Paulo e esse é o motivo que fez com os municípios paulistas ficassem impossibilitados de aplicar a segunda dose da AstraZeneca. A gestão Doria chamou a falta de vacinas de "apagão".
"O prazo de aplicação destas doses começou a vencer no dia 4 de setembro. Também precisaremos receber pelo menos mais 1,4 milhão de doses até o dia 20 setembro para concluir os esquemas vacinais deste mês", afirmou a secretaria, em nota.
Já o Ministério da Saúde afirmou que adiantou o envio de doses da AstraZeneca para São Paulo. "Antecipamos o envio de 315,5 mil doses da vacina previstas para serem entregues até 30 de setembro para a aplicação da segunda dose no estado, em 31 de agosto", disse o ministério em nota.
Esta não é a primeira vez que faltam vacinas na capital paulista. Em junho, a Secretaria Municipal da Saúde precisou interromper a vacinação, das duas doses no dia 21. Ela só foi retomada no dia seguinte com o envio de novos lotes pelo governo estadual.
A cidade de São Paulo está vacinando com primeira dose jovens a partir de 12 anos. Também estão sendo aplicadas a terceira dose em idosos a partir de 90 anos. Por enquanto, essas pesso as estão sendo imunizadas com a vacina que tiver no posto. Mas a partir do dia 15, serão aplicadas apenas Pfizer para o reforço.
Em nota, a Secretaria Estadual da Saúde afirmou que em 48 horas enviou 322.454 doses da vacina da Pfizer para capital, sendo 228.314 para segunda dose.
Também em nota, o Ministério da Saúde afirmou na tarde desta sexta que não deve segunda dose das vacinas Covid-19 da AstraZeneca ao estado de São Paulo. "A pasta esclarece que entregou ao estado paulista 12,4 milhões [de vacinas] de dose 1 e 9,2 milhões de dose 2 da AstraZeneca. E que 2,8 milhões de doses não foram enviadas porque o prazo de intervalo entre a primeira e segunda dose só se dará no final do mês", disse.
"Dados inseridos por São Paulo no Localiza SUS mostram que foram aplicadas 7,6 milhões de dose 1 e 781 mil de dose 2, totalizando 8,38 milhões de doses aplicadas, que representam 65% das doses enviadas ao estado", afirmou. "O ministério reitera que as alterações nas recomendações do Programa Nacional de Imunizações acarretam na falta de doses para completar o esquema vacinal na população brasileira. Por isso, o Ministério da Saúde alerta mais uma vez para que estados e municípios sigam o Plano Nacional de Operacionalização."