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Justiça do Rio determina quebra de sigilo fiscal e bancário de Jairinho e Monique

Está prevista para acontecer nesta quarta-feira (6), a primeira audiência para ouvir as testemunhas de acusação do processo

Justiça do Rio determina quebra de sigilo fiscal e bancário de Jairinho e Monique
Notícias ao Minuto Brasil

06:38 - 05/10/21 por Folhapress

Justiça HENRY-BOREL

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A Justiça do Rio determinou a quebra do sigilo fiscal e bancário do ex-vereador Jairo Souza Santos, conhecido como Dr. Jairinho, e de Monique Medeiros.

Os dois estão presos desde abril sob suspeita de torturar e matar Henry Borel, 4, filho que Monique teve em outro relacionamento. No dia 8 de março, o menino chegou morto ao hospital.

O advogado dele disse que vai recorrer da decisão, enquanto o dela afirmou que a determinação não afeta em nada a construção da defesa.

O laudo de necropsia indica que a criança sofreu ao menos 23 lesões produzidas mediante da ação violenta. Entre elas, estão escoriações e hematomas em várias partes do corpo, infiltrações hemorrágicas em três regiões da cabeça, laceração no fígado e contusões no rim e no pulmão.

Para explicar os ferimentos, Monique e Jarinho disseram à polícia que o menino sofreu uma queda, mas os peritos descartaram essa hipótese. "Uma queda de altura não produziria tais lesões [sangramentos na cabeça]. A quantidade de lesões externas não pode ser proveniente de uma queda livre", escrevem eles.

Mensagens obtidas pela polícia indicam que o menino era submetido a uma rotina de agressões pelo padrasto, com a conivência de Monique. Em conversas em fevereiro deste ano, uma babá avisou a ela que Jairinho tinha se trancado no quarto com o menino.

De acordo com as mensagens, o menino teria contado à babá que o então vereador o pegou pelo braço, deu uma rasteira e o chutou.

"Fica muito claro que toda aquela versão que nos foi apresentada, de uma família harmoniosa, nada mais era do que uma farsa", afirmou Henrique Damasceno, delegado responsável pelo caso, em entrevista coletiva após a prisão dos dois.

Está prevista para acontecer nesta quarta-feira (6), a primeira audiência para ouvir as testemunhas de acusação do processo.

As testemunhas de defesa serão ouvidas em outro momento.

Henry passou o fim de semana anterior à sua morte com o pai, que o deixou no condomínio da mãe e do namorado na noite do dia 7 de março, um domingo, sem lesões aparentes. Na mesma madrugada, Monique e Jairinho levaram o garoto às pressas para o hospital, onde ele já chegou morto.

Um exame de necropsia concluiu que as causas do óbito foram hemorragia interna e laceração hepática (lesão no fígado), produzidas por uma ação contundente (violenta). Ele tinha outras diversas lesões e hematomas pelo corpo.

Em depoimento, a mãe afirmou que estava assistindo a uma série com o namorado em outro quarto e despertou de madrugada com a TV ligada. Acordou Jairinho, que havia tomado remédios para dormir, e foi até o quarto do casal onde Henry estava dormindo. Chegando lá, teria visto o menino caído no chão, com os olhos revirados, as mãos e pés gelados e sem respirar.

A polícia ouviu mais de 17 pessoas durante as investigações, entre elas a faxineira que limpou o apartamento no dia da morte (antes da perícia), uma ex-namorada do vereador que o acusou de agressões contra ela e sua filha, na época criança, a psicóloga do menino e as pediatras que o atenderam.

Onze celulares foram apreendidos em diferentes endereços ligados à família da criança na semana passada. Diante de informações de que mensagens teriam sido apagadas dos aparelhos do casal, a polícia ia usar um programa de dados especial para resgatar as conversas

Nesta terça (6), as defesas de Jairinho e de Monique pediram à Justiça a anulação de todas as provas ligadas aos eletrônicos apreendidos, alegando que os agentes descumpriram procedimentos legais e colheram aparelhos de familiares do casal que não estavam na ordem judicial.

Os advogados também dizem que o vereador é perseguido pelo delegado responsável pelo caso, e por isso solicitaram que o inquérito passasse para as mãos da Delegacia de Homicídios da cidade, o que não aconteceu.

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