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Desmatamento na Amazônia em outubro se aproxima de recorde

O desmatamento é o principal responsável por emissões de gases estufa no Brasil, que está no ranking dos maiores emissores mundiais

Desmatamento na Amazônia em outubro se aproxima de recorde
Notícias ao Minuto Brasil

17:37 - 05/11/21 por Folhapress

Brasil Destruição

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Mesmo com dados ainda incompletos, o mês passado está próximo do recorde de desmatamento na Amazônia para meses de outubro, segundo o histórico recente do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

Até o dia 29 de outubro de 2021, a Amazônia registrou 795,7 km² de destruição, de acordo com dados do programa Deter, do Inpe. O recorde do histórico recente (iniciado em 2015) da plataforma pertence a outubro de 2020, com 836 km² de mata derrubada. Assim, considerando os registros diários de desmate, o valor de 2020 ainda pode ser alcançado e até ultrapassado.

O Deter é usado para auxiliar ações de fiscalização ambiental, mas seus dados também podem ser utilizados para observar as tendências de desmatamento.

Com a imagem ambiental arranhada internacionalmente devidos aos elevados índices de desmate nos últimos anos, o Brasil, na COP26, a Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas, vende a imagem de proteção das florestas.

No evento, o país assinou a Declaração das Florestas, com o compromisso de conter o desmatamento. O Brasil também apresentou o objetivo de acabar com o desmatamento ilegal na Amazônia até 2028.

O desmatamento é o principal responsável por emissões de gases estufa no Brasil, que está no ranking dos maiores emissores mundiais. Outra importante fonte de emissões nacionais é a pecuária, que acaba também sendo alvo de um compromisso de redução de metano assinado pelo Brasil na COP26 na última semana.

O governo Jair Bolsonaro (sem partido) costuma usar dados de meses isolados para afirmar que o combate ao desmatamento tem surtido efeito. Alguns meses recentes em 2021, de fato, tiveram resultados melhores, mas somente em relação a recordes de derrubada de mata ocorridos durante a atual gestão federal.

Os dados mostram que a situação de desmate está longe de ser confortável. A área afetada na Amazônia desde julho, por exemplo, já soma mais de 4.000 km², valor não muito distante do total registrado em todo o 2012, ano a partir do qual se verificou uma tendência de crescimento no problema.

O governo Bolsonaro tem usado o Exército para fazer combate a ilícitos ambientais, prática que é contestada por especialistas por seu alto custo –muitas vezes superior ao orçamento do Ibama, força especializada na tarefa– e resultado inexpressivo, considerando os elevados níveis de desmatamento.

Nas próximas semanas, o Inpe deve divulgar os dados do Prodes, programa do órgão tido como a medida própria do desmatamento no último ano (levando em conta sempre o período de agosto de um ano até julho do ano seguinte).

Nos dois anos anteriores, os primeiros do governo Bolsonaro, o Prodes apresentou uma explosão no desmate (que já havia sido apontada pelos dados do Deter). Em ambos os anos, a destruição da Amazônia ficou acima de 10 mil km². Para o ano atual, ou seja, de agosto de 2020 até julho de 2021, a taxa não deve ficar muito distante disso, estimam pesquisadores.

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