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Perfil fake usa fotos de Fábio Assunção para ameaçar ativista trans

A ativista transexual Indianarae Siqueira sofreu ameaças de morte no Twitter de um perfil que usava fotos do ator Fábio Assunção

Perfil fake usa fotos de Fábio Assunção para ameaçar ativista trans
Notícias ao Minuto Brasil

10:45 - 17/11/21 por Rafael Damas

Brasil Justiça

A ativista transexual  Indianarae Siqueira sofreu ameaças de morte pela internet -  militante que também é a fundadora da Casa Nem, espaço que abriga pessoas LGBTQIA+ em situação de rua e vulnerabilidade social - ela foi acompanhada na tarde desta terça-feira (17), pelo corpo jurídico da Carvalho & Negreira Advogados Associados e realizou um registro de ocorrência na  Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), no Centro Rio de Janeiro. O perfil 'fake' ainda se utilizou de foto do ator Fábio Assunção em sua intimidação.  Indianarae ainda afirmou que a Casa de resistência Palco Lapa 145 também foi alvo de intimidação. 

“Querem impedir nosso direito de ir e vir. Se incomodam com a nossa existência. Mas estamos aqui para ser e resistir. Intimidadores e que ameaça nossas vidas, quem deseja a nossa morte não passarão”, diz  Indianarae Siqueira.

Entre as mensagens no Twitter, o perfil enviou as seguintes mensagens: “Vamos assassinar todo travesti dessa casa imunda junto com essa tal de Indianara “ e ” Nojento esse palco Lapa só tem travesti aberração”, dizia o  perfil 'fake', que usou a foto do ator Fábio Assunção em sua intimidação.

Tipificação criminal

Segundo o advogado Valdinan Carvalho, que acompanhou a ativista na Decradi, o caso foi registrado sob o fundamento da lei 7716/89, em seu artigo 20,  após entendimento do STF, que equiparou  a homofobia e a transfobia, como discriminação e preconceito tais condutas como crimes imprescritível. A lei que trata de crime de racismo em caso de descriminarão de cor e raça, agora pune os crimes contra a população LGBTQIA+.

“Acreditamos que o próximo passo da investigação será a solicitação junto ao provedor do Twitter, o login e da conta que foi bloqueada após denúncia,  para identificação do IP, para assim localizar o infrator”, explica o advogado Valdinan Carvalho.

Para a advogada Paula Alves, do corpo jurídico da Carvalho & Negreira Advogados Associados, a sociedade não deve permitir que ninguém determine como o outro deve viver sua vida.

“Quando presenciamos ataques, principalmente, a instituições de acolhimento, a minorias e a vulneráveis, devemos buscar nossos direitos denunciando as pessoas que atentem contra estes direitos. Não devemos admitir, nem nos calar diante de ameaças e ataques, pois assim, mudaremos se não o pensamento deles, as leis, para tornar mais severas as punições contra estas intolerâncias e desrespeitos”, afirma advogada Paula Alves.

O Brasil é o país que mais mata LGBTIA+ no mundo, e esses ataques acontecem na semana do T-DOR onde o 20 de Novembro é também o Dia Internacional da Memória Trans, que lembra às vítimas fatais de transfobia.

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