Pai de Henry diz acreditar que Monique segurou filho para Jairinho matá-lo
As declarações foram dadas em entrevista ao jornal O Globo, às vésperas de completar um ano da morte
© Renan Olaz / Câmara Municipal do Rio de Janeiro
Justiça Caso Henry Borel
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O engenheiro Leniel Borel de Almeida, pai do menino Henry, disse acreditar que a ex-mulher, a professora Monique Medeiros da Costa e Silva, tenha segurado a criança de 4 anos para que o então namorado dela, o médico e ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Jairinho, torturasse e matasse o menino.
As declarações foram dadas em entrevista ao jornal O Globo, às vésperas de completar um ano da morte. Jairinho e Monique estão presos e são acusados de matar Henry no apartamento do casal na Barra da Tijuca, no Rio, em 8 de março do ano passado. Eles alegam inocência.
Monique "lavou as mãos devido à ambição", crê ele. Para o pai do menino, a ex-mulher via vantagem financeira no namoro com o então vereador em detrimento da saúde física e mental do filho.
"Já ele [Jairinho] é um psicopata, mas que infelizmente só agora o Brasil pôde ter conhecimento de que já torturou outras tantas crianças." Em junho do ano passado, Jairinho foi indiciado pela terceira vez pelo crime de tortura contra criança.
Leniel classificou a morte do filho como "a pior coisa de sua vida". Desde então, ele diz ter engordado mais de 15 quilos, faz sessões de terapia duas vezes por semana e toma remédios controlados prescritos por um psiquiatra. "Meus pais não conseguem falar comigo sem chorar. E, por tudo que aconteceu, não consigo mais confiar no ser humano", contou.
O engenheiro relata ainda não ter forças para se desfazer das roupas e dos brinquedos de Henry, mas pretende doá-los no futuro. Ele descreve o menino como uma "criança maravilhosa", "super educado, amável, o filho que qualquer um queria ter".
Leniel diz ter percebido que havia algo errado desde que entrou no hospital e ficado sabendo que o filho já chegou morto ao local.
O engenheiro diz estar confiante que Monique e Jairinho serão condenados "à maior pena possível, exatamente na proporção da brutalidade que cometeram contra Henry".
Em mais de 10 horas de depoimento à Justiça do Rio de Janeiro, Monique detalhou, no mês passado, os momentos que antecederam e sucederam a morte do filho. A pedagoga relatou episódios em que o Jairinho se mostrou agressivo, controlador, ciumento e possessivo. Ela diz que estava dormindo quando foi avisada por ele que o filho tinha "caído da cama" no quarto ao lado.
Já o ex-vereador pediu para ficar calado em interrogatório, mas acabou falando por menos de dez minutos, tempo usado para justificar o silêncio à Justiça.
"Juro por Deus que não encostei a mão em um fio de cabelo do Henry", disse ele, na ocasião.