Com nova onda de Covid na China, Pacheco manifesta preocupação com flexibilização
A ideia de Queiroga é rebaixar o status da Covid-19 de pandemia (quando há uma situação de emergência sanitária global) para endemia (estágio de convivência com o vírus, com número estável de casos e mortes).
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Política RODRIGO-PACHECO
(FOLHAPRESS) - O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), manifestou preocupação ao conversar com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, sobre a possibilidade de o Brasil flexibilizar o estado de emergência sanitária decretado em decorrência da pandemia da Covid-19.
Um dos motivos seria o crescimento de casos na China, que tem apertado mais o cerco contra o coronavírus enquanto enfrenta a pior onda da doença em dois anos.
"Diante da sinalização, manifestei ao ministro preocupação com a nova onda do vírus, vista nos últimos dias na China, mas me comprometi em levar a discussão aos líderes do Senado", afirmou Rodrigo Pacheco em redes sociais.
A ideia de Queiroga é rebaixar o status da Covid-19 de pandemia (quando há uma situação de emergência sanitária global) para endemia (estágio de convivência com o vírus, com número estável de casos e mortes).
Queiroga encomendou um estudo na pasta para avaliar essa possibilidade, que ainda está em andamento. Técnicos da pasta ficaram com a tarefa de acompanhar o impacto das festas de Carnaval na doença, além de outros indicadores, como cobertura vacinal, e entregar na segunda metade do mês uma análise sobre o cenário da Covid no Brasil.
Segundo o parlamentar, Queiroga também aproveitou a oportunidade para apresentar dados sobre a situação da pandemia, entre eles o número de internações e o avanço da vacinação de crianças e adultos.
A ideia já vinha sendo discutida no Ministério da Saúde, mas ganhou fôlego após o presidente Jair Bolsonaro (PL) apoiar publicamente a mudança de status da crise sanitária.
A Saúde deve decidir sobre a mudança até o fim deste mês.
Como mostrou o jornal Folha de S.Paulo, a ideia principal do ministro é encontrar uma forma de defender o fim de restrições contra o vírus, como o uso obrigatório das máscaras. Queiroga também tem afirmado a aliados que deseja ser reconhecido como o gestor que terminou com a crise sanitária no Brasil.
Mas a mudança esbarra principalmente no aval para uso emergencial de vacinas e medicamentos, que pode terminar com o fim da crise sanitária. A equipe jurídica da Saúde avalia se é possível montar uma regra excepcional para manter esses produtos em uso.
O ministro da Saúde falou sobre a possibilidade de mudança com Pacheco no mesmo dia em que confirmou dois casos da variante deltacron no Brasil, sendo um no Amapá e outro no Pará. Essa variante é uma recombinação das variantes delta e ômicron da Covid.
"O nosso serviço de vigilância genômica já identificou dois casos no Brasil: um no Amapá e outro no Pará. E nós monitoramos todos esses casos. Isso é fruto do fortalecimento da capacidade de vigilância genômica no Brasil", disse a jornalistas nesta terça-feira (15).
Questionado se a identificação dos casos da nova variante gera preocupação, Queiroga disse que vai monitorar a nova cepa. Ele ressaltou que o ambiente está controlado no Brasil, com a desaceleração de casos de Covid-19.
"Essa variante é uma variante de importância e requer monitoramento [...] se eu tivesse que indicar uma medida, seria a aplicação da dose de reforço", disse.