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'Pisotearam meu rosto', afirma mulher trans que foi agredida por homens no centro de SP

Um segurança de um estabelecimento agrediu mulheres e um homem e ainda disparou tiro para assustá-los

'Pisotearam meu rosto', afirma mulher trans que foi agredida por homens no centro de SP
Notícias ao Minuto Brasil

15:48 - 28/03/22 por Folhapress

Justiça Transfobia

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Uma mulher trans de 26 anos foi agredida na madrugada de domingo (27) nas imediações do Terminal Dom Pedro II, no centro de São Paulo. Fernanda Frazão afirmou ao "Bom Dia SP", da TV Globo, que estava parada tomando um iogurte quando um homem a abordou questionando se ela estava oferecendo programas sexuais.

"Eu comprei um lanche para eu comer na venda ali na frente e nisso eu continuei andando. Quando eu vi um segurança, um pouco mais pra frente, agredindo uma mulher e um rapaz que estavam usando drogas na frente do estabelecimento. Ele agrediu a mulher, atirou para o chão para mostrar que estava armado. E eu continuei andando", contou ela à TV.

"Eu parei para abrir o meu iogurte e nisso ele virou para mim e falou: 'Você está fazendo programa aqui, seu 'traveco'?' Foi e me deu um soco na boca. Eu, nervosa, fui atrás dele pra questionar o por quê de ele me agredir", acrescentou ela.

Fernanda disse que começou a discutir com um homem e que revidou o soco que ele havia dado nela anteriormente. Um outro homem se aproximou e deu outro soco nela. "Eu corri para dentro do terminal, achei que eles não iam bater lá dentro, mas eles começaram a me agredir, começaram a pisotear meu rosto. As pessoas do terminal começaram a gritar para eles pararem. Aí eles saíram correndo."

Fernanda ainda contou que foi socorrida pelos funcionários do terminal. Ela foi encaminhada para a AMA e depois registrou boletim de ocorrência na 1ª Delegacia de Defesa da Mulher.

"Eu me sinto muito triste porque não foi só esse dia, são todos os dias. Agressão não vem só física, mas também verbal. Pra mim é uma tristeza ter que me afirmar, andar com fone de ouvido para não ouvir as coisas que eu ouço pelo simples fato de ser quem eu sou", desabafou a jovem.

A SPTrans informou ao UOL que o caso ocorreu por volta das 3h05 e que a vítima foi socorrida pelos funcionários da empresa. "A SPTrans repudia qualquer tipo de agressão, violência e discriminação no transporte e nas dependências públicas e realiza campanhas educativas sobre tolerância e respeito em materiais afixados nos ônibus, terminais e publicados em seus perfis nas redes sociais", disse a companhia em comunicado.

A empresa ainda afirmou que segue à disposição da polícia para auxiliar nas investigações.

Em nota enviada ao UOL, a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) confirmou o registro do boletim de ocorrência. O órgão informou que os autores das agressões fugiram do local e que foi solicitado exame de corpo de delito e imagens do terminal de ônibus. O caso foi registrado como injúria e lesão corporal e a polícia segue em diligências para identificar a dupla.

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