Saúde compra um millhão de doses da CoronaVac para crianças de 3 a 5 anos
Segundo nota divulgada pelo instituto, as doses devem chegar até meados de setembro.
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SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O Ministério da Saúde formalizou a compra de um milhão de doses da CoronaVac para crianças de 3 a 5 anos, afirmou nesta segunda-feira (15) o Instituto Butantan. Segundo nota divulgada pelo instituto, as doses devem chegar até meados de setembro.
Ainda de acordo com o Butantan, foram enviados três ofícios à pasta até que a compra fosse oficializada. Todas as propostas tinham preço, condições de entrega e a quantidade de doses, que, segundo comunicado do instituto, são suficientes para atender todas as pessoas dessa faixa etária.
SAÚDE PRIORIZOU COVAX FACILITY
No início do mês, o Ministério da Saúde mantinha negociações com o consórcio internacional Covax Facility para a compra de doses da CoronaVac produzidas pela farmacêutica chinesa Sinovac Biotech, abrindo mão de negociar com o Butantan, segundo a colunista do site UOL Carla Araújo.
No mês passado, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou o uso da CoronaVac em crianças de 3 e 5 anos de idade -é o único imunizante que pode ser aplicado nesta faixa etária.
A CoronaVac foi a primeira vacina contra covid-19 aplicada no Brasil, embora tenha sido alvo críticas do presidente Jair Bolsonaro (PL). O Butantan interrompeu a produção deste imunizante em outubro de 2021 por não ter recebido novos pedidos. No total, o laboratório entregou mais de 110 milhões de doses ao Ministério da Saúde.
HISTÓRICO DE CONFLITOS
Desde 2020, quando as vacinas contra covid-19 começaram a ser desenvolvidas, Bolsonaro vem criticando e levantando desconfiança contra a CoronaVac -tanto pela origem chinesa quanto por acusações falsas de ineficácia.
O então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, chegou a assinar um termo de compromisso de compra do imunizante, em outubro daquele ano. E foi desautorizado, no dia seguinte, pelo presidente. "O povo brasileiro não será cobaia de ninguém", publicou, à época, Bolsonaro.
Em meio aos ataques, a vacina virou motivo de embate político entre o presidente e o ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB). O governo paulista foi o responsável pela negociação com o laboratório chinês para desenvolver pesquisas, importar os insumos e fabricar este imunizante em território nacional.