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Justiça do RJ decreta prisão preventiva de suspeita de internar a mãe à força

Patrícia de Paiva Reis e Raphael Machado Costa Neves tiveram a prisão em flagrante convertida em preventiva (por tempo indeterminado).

Justiça do RJ decreta prisão preventiva de suspeita de internar a mãe à força
Notícias ao Minuto Brasil

13:15 - 26/02/23 por Folhapress

Brasil JUSTIÇA-RIO

BEATRIZ GOMES
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - A filha e o genro de uma mulher de 65 anos internada à força em uma clínica psiquiátrica no Rio de Janeiro tiveram a prisão em flagrante convertida em preventiva (por tempo indeterminado).


Patrícia de Paiva Reis e Raphael Machado Costa Neves tiveram a prisão em flagrante convertida em preventiva (por tempo indeterminado).


A dupla é suspeita de ter sequestrado e internado a mãe de Patrícia, de 65 anos, à força em uma clínica psiquiátrica no Rio de Janeiro, sem qualquer necessidade. A Polícia e o Ministério Público pediram a conversão da prisão, enquanto a defesa da dupla pediu a liberdade provisória dos dois.


A decisão da juíza Daniele Lima Pires Barbosa ocorreu em audiência de custódia do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) neste sábado.


"Trata-se de crime grave, em que os custodiados, de forma livre e consciente, privaram a liberdade da vítima, de 65 anos de idade, ascendente da primeira indiciada, mediante internação em clínicas psiquiátricas, por mais de 15 dias, ainda que cientes da sua ilegalidade visto inexistir nenhuma finalidade terapêutica, tudo para favorecer interesse próprio."


A magistrada ainda destacou que o casal teve "comportamento inescrupuloso" que aponta para "mais absoluta inadequação para a vida em sociedade, ultrapassando os limites morais e legais com sua conduta".


"Tudo isso com o intuito de garantir a isenção de seus atos violentos anteriores, perpetrados contra seus próprios filhos, sendo a vítima dessa nova ação criminosa sua própria mãe e sogra. Ademais, tem-se que a vítima informou que essa não seria a primeira tentativa dos indiciados em mantê-la em cárcere privado."


Juíza na decisão
Segundo a decisão, a vítima teria dito que dupla já tentou mantê-la em cárcere privado anteriormente, também através de sua internação compulsória.


A justiça ainda disse que há um inquérito contra o casal -que já tem passagens pela polícia- por outra situação de sequestro mediante internação de outra vítima.


"Tudo indica que a situação dos autos não se trata de fatos isolados, mas de verdadeira reiteração criminosa."
O UOL tenta contato com os advogados do casal.


Entenda o caso
A idosa foi sequestrada na zona sul da capital no dia 6 de fevereiro. A abordagem ocorreu quando ela saía de uma agência bancária e foi rendida por dois homens, que a colocaram em uma ambulância.


Após ser rendida, a idosa achou ser vítima de uma "saidinha de banco" ou sequestro-relâmpago, mas um dos criminosos disse que "era coisa de família" e ela entendeu que o crime seria a mando da filha.


A mulher foi internada em uma clínica psiquiátrica em Corrêas, na região serrana do estado. Depois, ela foi transferida para a clínica Revitalis, na mesma região.


Segundo a polícia, as investigações apontaram que a vítima não tinha doenças psiquiátricas, mas foi mantida na clínica para ser coagida a retirar uma denúncia aberta por ela.


A idosa denunciou maus-tratos contra os dois netos, de 2 e 9 anos, na DCAV (Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima). À TV Globo, a vítima explicou que a filha também estaria com medo de perder uma pensão do filho, caso a denúncia fosse adiante -o pai tenta a guarda do menor de idade.


O que diz uma das clínicas
Em nota, a clínica Revitalis afirmou que a idosa foi transferida de outra clínica psiquiátrica para o local e disse que Patrícia solicitou a internação da mulher afirmando que ela tinha histórico depressivo e de confusão. A clínica nega que a paciente tenha oferecido resistência ou se recusado a permanecer em tratamento.


"Após avaliação médica e entrevista com familiar foi identificada a necessidade de observação para conclusão diagnóstica mais precisa. Em 5 dias na clínica, com abordagem multidisciplinar da equipe, foi constatado que a paciente não mais apresentava indicação de internação", afirma o posicionamento.

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