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Aumento de crianças com doenças respiratórias faz RS decretar emergência

Em São Paulo, os casos também se agravaram

Aumento de crianças com doenças respiratórias faz RS decretar emergência
Notícias ao Minuto Brasil

22:12 - 07/07/23 por Folhapress

Brasil Emergência Médica

PORTO ALEGRE, RS (FOLHAPRESS) - Desde a última quinta-feira (6), por decreto do Governo do Rio Grande do Sul, o estado está em emergência em saúde pública em razão do aumento de casos infantis de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave).

O estado se une a outros cinco que decretaram emergência, desde o fim de maio, por causa do avanço dos casos infantis de síndrome respiratórias graves: Acre, Amapá, Paraíba, Pernambuco e Santa Catarina. Em São Paulo, os casos também se agravaram.

A SRAG é uma definição estabelecida pelo CID (Classificação Internacional de Doenças) que corresponde a um conjunto de sintomas que apontam o agravamento severo de um problema respiratório. Por isso, a síndrome não está relacionada a um vírus específico. Doenças como gripe, Covid, bronquite e até mesmo bactérias e fungos podem levar a essa condição.

Até 10 de junho, a rede pública do Rio Grande do Sul acumulava 2.806 casos de hospitalizações pela síndrome em pacientes de até 11 anos. No mesmo período do ano passado, havia 2.279. O aumento foi de 23%.

Se comparado a números anteriores à pandemia de Covid, pode-se perceber melhor a gravidade do cenário atual. Em 2019, até a mesma data, ocorreram 693 hospitalizações, sendo que 151 pacientes necessitaram de UTI. Neste ano, 642 casos chegaram a UTI.

O número de casos que ocuparam leitos de UTI é maior do que nos anos de pandemia: foram 183 crianças internadas em UTI no mesmo período de 2020, e 435, no de 2021.

Conforme nota do governo gaúcho, o decreto permite adotar medidas de prevenção e enfrentamento à síndrome. Uma delas, por exemplo, determina que as redes hospitalares que atendem pelo SUS devem priorizar a disponibilização dos leitos clínicos com ventiladores respiratórios e de UTI pediátricas para os casos de SRAG em crianças.

Em paralelo, o Governo do Rio Grande do Sul usa o decreto para pleitear verbas de até R$ 26 milhões do Ministério da Saúde para reforçar serviços em hospitais e outras portas de entrada no sistema de saúde. O recurso se uniria aos R$ 11 milhões já aplicados por meio do Programa Inverno Gaúcho, que tem a mesma finalidade.

De acordo com o Departamento de Gestão de Atenção Especializada da Secretaria Estadual da Saúde, além da chegada do inverno, o aumento de casos pode estar relacionado indiretamente à pandemia.

Após um longo período de distanciamento social, as crianças retornaram ao convívio em escolas e ambientes sociais e foram submetidas abruptamente a vírus dos quais vinham sendo resguardadas. A imunidade, que vai sendo gerada de forma escalonada em um processo natural de convívio, sofre um revés.

Outra causa pode ser a baixa adesão à Campanha Nacional de Vacinação nos últimos anos, sobretudo contra a gripe. Em 2019, por exemplo, em um cenário pré-pandemia, o Rio Grande do Sul encerrou a campanha com 64% das crianças entre 6 meses e 6 anos imunizadas, índice que já é considerado baixo frente à meta de 90%. Em 2023, esse índice foi de 25,33% -embora a campanha tenha sido encerrada, ainda há doses disponíveis na rede pública.

Por esse motivo, a secretaria reforça as recomendações de vacinas em crianças e adultos, tanto a da gripe quanto a contra a Covid. A vacina contra a gripe está liberada para todos os públicos nos postos de saúde

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