Tarcísio promete trecho norte do Rodoanel até 2026, com inauguração em etapas
As obras tiveram início há dez anos e estão paralisadas desde 2018, e a entrega por governos anteriores já foi atrasada em sete anos desde a previsão inicial.
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Brasil RODOANEL-SP
(FOLHAPRESS) - O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), assinou nesta quarta-feira (9) o contrato de concessão do trecho norte do Rodoanel, que agora tem a previsão de entrega para o segundo semestre de 2026. As obras tiveram início há dez anos e estão paralisadas desde 2018, e a entrega por governos anteriores já foi atrasada em sete anos desde a previsão inicial.
Nesta quarta, executivos da concessionária Via Appia FIP e representantes governo estadual prometeram dividir a entrega da obra em duas etapas. A parte do Rodoanel norte que liga as rodovias Dutra e Fernão Dias ao trecho leste deve ser entregue antecipadamente, e o restante, até 2026.
Não há uma previsão exata para a entrega do trecho antecipado. A empresa que fará as obras quer entregar essa primeira parte antes do que isso, o que vai depender do tempo em que vai trabalhar no projeto executivo das obras.
A Via Appia FIP tem, por força de contrato, até um ano para trabalhar apenas o projeto. Segundo o diretor da Starboard (que integra o consórcio que ganhou a concessão), Brandon Ramos, a empresa prevê que a conclusão da primeira parte do Rodoanel ocorra entre 12 a 15 meses.
A maior dificuldade técnica é que um túnel construído nessa parte da obra desabou durante os anos em que ficou abandonado. A concessionária terá como prioridade liberar os destroços do túnel, com a intenção de agilizar a obra.
"O ponto número um de ataque é a conclusão do túnel", disse Ramos. "Quando você conecta o Rodoanel [através do túnel], do ponto de vista da engenharia você ganha muito tempo."
Não há data acertada para a retomada das obras. "A nova concessionária terá um período de pré-construção, de até um ano, no qual realizará todos os levantamentos necessários para reassumir as obras: verificação dos trechos a serem concluídos, as condições dos segmentos já executados, para detalhar o que precisará ser refeito ou recuperado, entre outros dados técnicos", disse Tarcísio.
O setor de logística e transporte está entre as principais vitrines da gestão Tarcísio. O governador também promete dar início às obras de um trem que conecte a cidade de São Paulo a Campinas, além da inauguração da linha 6-laranja de metrô até 2025 e da extensão da linha 2-verde até a Penha, na zona leste.
O trecho norte do anel viário tem 44 km de extensão, entre as cidades de Arujá, Guarulhos e São Paulo. A obra ajudará a desafogar o trânsito na marginal Tietê. Ao todo, o Rodoanel terá cerca de 176 quilômetros de extensão.
Em março, o consórcio Via Appia Fundo de Investimento em Participação foi o vencedor para conclusão das obras do trecho norte e irá explorar o sistema viário por 31 anos. Segundo o edital, o investimento estimado será de R$ 3,4 bilhões ao longo desses anos.
Desse montante, cerca de R$ 2 bilhões devem ser destinados à conclusão das obras, com o restante usado na operação e manutenção da rodovia, que terá a supervisão da Artesp (Agência de Transportes do Estado de São Paulo).
A gestão Tarcísio atrasou em um mês a assinatura do contrato. O prazo inicial venceu no mês passado e houve uma prorrogação, mas o governo não explicou o motivo para o atraso.
COBRANÇA POR KM RODADO
O governo estadual prometeu implantar o sistema "free flow" (fluxo livre) para cobrar pedágio dos motoristas no trecho norte do Rodoanel, que dez anos depois do início de suas obras ainda está em fase de conclusão.
O sistema é composto de uma câmera que faz leitura das placas e é capaz de identificar características como altura, dimensões e largura dos veículos, e se se trata de caminhões, carros ou moto, por exemplo. A cobrança é feita por quilômetro rodado.
A construção do trecho norte do Rodoanel foi iniciada em 2013 e está paralisada desde 2018. A obra foi orçada inicialmente em R$ 4,3 bilhões, mas, até 2019, já tinha consumido cerca de R$ 6,85 bilhões, tendo se tornado alvo de investigação por suspeitas de superfaturamento e corrupção.
As empreiteiras que integravam os consórcios, como Coesa (ex-OAS) e Mendes Júnior, foram fortemente atingidas financeiramente pela operação Lava Jato, entraram em recuperação judicial e foram declaradas como inidôneas pela União.
Em março, a Coesa chegou a apresentar um mandado de segurança para tentar suspender o leilão, mas teve o pedido negado pela Justiça. A incorporadora afirma que tem direito a indenização devida pelo estado por investimentos que realizou na obra.
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