Mancha Verde, Rosas de Ouro e Dragões da Real são destaques na 1ª noite de Carnaval em SP
Os desfiles começaram na noite de sexta-feira (9) com a Camisa Verde e Branco exaltando a África.
© Leo Franco / AgNews
Brasil CARNAVAL-SP
ISABELA PALHARES E FÁBIO PESCARINI
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A primeira noite de desfiles do Grupo Especial do Carnaval de São Paulo, foi marcada por enredos em homenagem a África, com destaque para homenagem ao ex-jogador Adriano Imperador e delicadeza da princesa de bateria bailarina que atravessou a avenida na ponta dos pés. Os destaques foram Mancha Verde, Rosas de Ouro e Dragões da Real.
Os desfiles começaram na noite de sexta-feira (9) com a Camisa Verde e Branco exaltando a África.
"A Mocidade Verde e Branco vem saudar suas raízes, reafirmar-se como tradicional e legítimo território negro", diz a escola sobre seu enredo que homenageia o orixá Oxóssi, o rei das matas e "patrono espiritual" da agremiação, que afirma pagar uma promessa telo retorno ao Grupo Especial -a agremiação voltou à elite depois de 12 anos.
A escola também homenageou o ex-atacante Adriano como símbolo de vitória e resistência negra. O goleador, que brilhou com a camisa da seleção brasileira e de clubes como Flamengo, São Paulo, Corinthians e Inter de Milão (Ita), é chamado de Imperador.
"Não sei nem sambar, mas esse é um dos dias mais importantes da minha vida", disse Adriano ao subir no carro alegórico. Ele usou uma coroa que, segundo integrantes da escola, tinha uma esmeralda verdadeira.
Segunda da noite a se apresentar, a Barroca Zona Sul trouxe uma homenagem à velha guarda. No ano em que completa 50 anos, a escola escolheu o enredo "Nós nascemos e crescemos no meio de gente bamba. Por isso que nós somos a Faculdade do Samba."
Depois de ter ficado em décimo lugar no ano passado, a Barroca encantou o público com alegorias altas e bastante elaboradas. O abre-alas tinha uma estrutura giratória que alterava o cenário conforme percorria a avenida.
No fim do desfile, a agremiação deixou a mensagem de que o futuro do samba está garantido: a última alegoria trouxe crianças vestidas com becas, jogando o capelo para cima, representando a formatura na faculdade do samba.
A Dragões da Real, terceira escola a se apresentar, levou para o Anhembi uma homenagem às rainhas e aos reis da África -que, reza a lenda, viram estrelas quando morrem. René Sobral, intérprete oficial da escola, disse que o intuito era mostrar uma parte da história africana pouco lembrada pelos brasileiros.
Em busca do titulo inédito, a escola da torcida organizada do São Paulo apostou no luxo para mostrar um continente rico e com muita cultura. Na comissão de frente, 33 integrantes se revezavam, já que o regulamento permite apenas 15 pessoas de cada vez à frente da escola.
O abre-alas era puxado por duas esculturas de rinocerontes e o último carro teve como destaque um rei cercado de elefantes dourados.
Em seguida, a Independente Tricolor veio com um desfile exaltando a força da mulher preta, representada nas guerreiras Agojie, que formaram o único exército feminino da história. Elas defenderam o reino de Daomé, atual República do Benim.
E para trazer a influência africana para o samba, a bateria ganhou atabaques -instrumento de percussão africano. Com paradinhas, os ritmistas animaram o público.
A escola encerrou o desfile a 45 segundos do tempo máximo.
A Acadêmicos do Tatuapé, bicampeã do Carnaval paulistano, trouxe para a avenida a história da badalada Mata de São João, cidade da região metropolitana de Salvador, conhecida como joia da Bahia.
Muitas alas representaram o barro, abundante na região e matéria-prima do artesanato local.
O destaque ficou por conta da princesa de bateria, Talita Guastelli, que é bailarina e atravessou o Anhembi na ponta dos pés. No final, a escola precisou correr para encerrar o desfile e os portões do Anhembi foram fechados 12 segundos após o tempo máximo, mas a agremiação não deve ser penalizada já que o estouro não chegou a um minuto.
Para tentar superar o vice-campeonato de 2023, a Mancha Verde apostou em um desfile exaltando o plantio e o homem do campo. Antes de o samba dominar o Anhembi, a escola da torcida organizada do Palmeiras trouxe o berrante e arriscou um som sertanejo, levantando a arquibancada tomada por torcedores.
O campo foi lembrado em alas com integrantes vestidos de frutas e legumes, além de animais como abelhas e o porco -como são conhecidos os torcedores do Palmeiras.
À frente dos ritmistas, Viviane Araújo, a rainha das rainhas, desfilou usando botas representando uma cantora de moda de viola
Já com o dia claro, a Rosas de Ouro iniciou o último desfile da noite, com uma homenagem ao Parque Ibirapuera, o mais famoso da capital paulista.
Para espantar o mal desempenho do ano anterior -quando ficou no 12º lugar- a Roseira apostou na sua marca registrada: muita cor e alegorias bem acabadas. Um dos carros trazia dezenas de ciclistas pedalando sem sair do lugar para representar uma das atividades que mais atrai público ao parque.
Uma das alas da escola representava as quadras de basquete sempre disputadas no Ibirapuera. Em outra, integrantes vestidos de formigas lembravam os tradicionais piqueniques nos gramados do parque.
A escola ainda homenageou a cantora Rita Lee, morta em 2023, que viveu nas proximidades do parque e costumava frequentá-lo na juventude.
A segunda e última noite de desfiles do Grupo Especial ocorre neste sábado e madrugada de domingo (11). Os destaques são a volta da Vai-Vai à elite -a escola é a maior vencedora do Carnaval de São Paulo, com 15 títulos. Entre as sete agremiações desfilam também a Gaviões da Fiel e a atual campeã, Mocidade Alegre.
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