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Vereador protocola pedido de CPI para investigar padre Júlio Lancellotti

O requerimento deve ser votado pelo plenário da Câmara Municipal de São Paulo na semana que vem

Vereador protocola pedido de CPI para investigar padre Júlio Lancellotti
Notícias ao Minuto Brasil

22:48 - 13/03/24 por Folhapress

Brasil Política

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O vereador Rubinho Nunes (União Brasil) protocolou nesta quarta-feira (13) o pedido de abertura de uma CPI que mira o padre Júlio Lancellotti. O requerimento deve ser votado pelo plenário da Câmara Municipal de São Paulo na semana que vem.

A comissão só será instalada se houver 28 votos favoráveis ao requerimento, isto é, a maioria absoluta entre os 55 vereadores.

Rubinho afirma que o objetivo é "apurar a dignidade da pessoa humana, em especial crimes contra a liberdade sexual, assédio moral, sexual, psicológico e abusos congêneres cometidos contra pessoas em situação de rua, vulnerabilidade e drogadição no município de São Paulo".

O vereador vem dizendo que há provas contundentes contra o religioso. Júlio Lancellotti sempre negou as acusações.

No começo desta semana, Rubinho alterou o escopo da CPI, que antes mirava apenas as ONGs que atuam na região central da cidade. De acordo com ele, tais entidades recebem dinheiro público e exploram os dependentes químicos.

Inicialmente, o vereador listava como dois alvos principais o Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto, conhecido como Bompar, e o coletivo A Craco Resiste. Ambos prestam auxílio à população de rua e dependentes químicos no centro da capital.

Com a mudança no escopo, o vereador irá direcionar o foco das investigações para Lancellotti, mas diz que não poupará as entidades.

"O escopo foi ajustado para que a Comissão tenha segurança jurídica para investigar crimes sexuais praticados no âmbito das ONGs que atuam com pessoas vulneráveis, mas ainda mantendo a essência da CPI", disse Rubinho.

Segundo o vereador, há dois depoimentos de possíveis vítimas do religioso.

Para convencer os parlamentares sobre a necessidade de apurar a conduta do padre, Nunes e Milton Leite, presidente da Câmara, enviaram um vídeo que mostra um homem se masturbando durante uma conversa pela internet. O material não tem autenticidade comprovada. Lancellotti diz se tratar de conteúdo adulterado.

O mesmo vídeo também foi compartilhado em 2020, quando Arthur do Val, então candidato à Prefeitura de São Paulo, fez denúncia à Igreja Católica. Na ocasião, a igreja arquivou a investigação.

Em fevereiro deste ano, a Arquidiocese afirmou que abriu nova investigação para apurar a conduta do pároco, após tomar conhecimento de um "suposto novo fato de abuso sexual".

O padre sempre rebateu as acusações e disse na ocasião, em nota, que "as imputações surgidas recentemente -assim como aquelas que sobrevieram no passado- são completamente falsas, inverídicas" e que ele tem "plena fé que as apurações conduzidas pela Arquidiocese esclarecerão a verdade dos fatos".

O regimento da Câmara permite a realização de até cinco CPIs simultaneamente. Hoje, estão em andamento as CPIs da Enel, da Violência contra Mulher e de Furtos de Fios e Cabos.

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