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Tarcísio desiste de demolir prédio de moradia popular na área da sede do governo na cracolândia

O projeto do polo administrativo deverá incorporar o empreendimento habitacional entre as novas torres de escritórios no entorno do parque Princesa Isabel, na região central da capital paulista

Tarcísio desiste de demolir prédio de moradia popular na área da sede do governo na cracolândia
Notícias ao Minuto Brasil

09:48 - 09/04/24 por Folhapress

Brasil IMÓVEIS-SP

(FOLHAPRESS) - O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) decidiu não demolir o edifício de moradia popular em construção no endereço da nova sede do governo de São Paulo. Com essa definição, o prédio deverá ser concluído e entregue aos novos moradores no ano que vem. O projeto do polo administrativo deverá incorporar o empreendimento habitacional entre as novas torres de escritórios no entorno do parque Princesa Isabel, na região central da capital paulista.

Com 14 dos seus 16 andares erguidos, o edifício faz parte do programa municipal Pode Entrar Entidades e será destinado a 130 famílias que moram em cortiços da região central. As obras são conduzidas pela Cohab, a companhia de habitação da Prefeitura de São Paulo, e conta com investimentos de aproximadamente R$ 27 milhões do Fundurb, o fundo de urbanismo municipal.

O rápido avanço da obra pesou na decisão da gestão Tarcísio, de acordo com um integrante da equipe que trabalha no projeto do centro administrativo. Quando técnicos do governo visitaram o local, meses antes do lançamento do concurso de arquitetura para a construção da nova sede do governo, o prédio da Cohab ainda não tinha tomado forma.

A DUP (Declaração de Utilidade Pública) de cinco quadras que receberão cerca de dez torres do centro administrativo foi publicada em 28 de março e tem validade de cinco anos. O documento, porém, não torna obrigatória a desapropriação de todos os imóveis inseridos na área demarcada.

Nesta segunda (8), a Unificação das Lutas de Cortiços e Moradia disse que o movimento espera para a próxima quinta (11) uma reunião com o prefeito Ricardo Nunes (MDB). A expectativa é que ele anuncie o acordo com a gestão Tarcísio para a incorporação das moradias populares ao centro administrativo. Até a publicação deste texto, porém, a gestão Nunes não havia confirmado a informação.

A habitação social é uma das propostas das gestões Nunes e Tarcísio para a reocupação da área do centro estigmatizada pela cracolândia, como é conhecida a cena aberta de consumo de drogas que há mais de 30 anos se instalou na região e que atualmente concentra cerca de mil dependentes químicos no bairro Santa Ifigênia.

Retirar moradias da região, nesse sentido, iria na contramão do que pretende o poder público para o centro paulistano. Ainda assim, cerca de 200 famílias poderão ser desapropriadas para a construção do novo centro administrativo.

Ao lado do prédio da Cohab, um empreendimento habitacional privado iniciou há poucos dias as vendas das suas 375 unidades, a maioria voltada à habitação social para famílias com renda de 3 a 6 salários mínimos.

O decreto de Tarcísio proíbe o avanço de qualquer construção no local, pois benfeitorias aumentam o custo de desapropriação. Existe intenção do governo, porém, em negociar a manutenção do empreendimento nos arredores, mesmo que para isso seja necessária uma nova desapropriação.

Existem ainda outros prédios residenciais antigos no entorno, e ao menos dois deles são de uso residencial.

A Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação do Estado prevê a criação de 6.000 unidades habitacionais espalhadas entre o centro histórico (região da praça da Sé) e o bairro Campos Elíseos.

Aproximadamente metade dessas novas unidades será voltada a projetos de habitação de interesse social para famílias com renda de 1 a 6 salários mínimos. A proposta envolverá a recuperação de edifícios antigos, por meio de retrofits, e a construção de novos.

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