Petistas e oposicionistas criticam proposta de novas eleições
Crescem rumores de que a presidente renunciará e fará pedido de votações antecipadas. Medida é vista como inconstitucional
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Brasil Polémica
Diante do rumor de que a presidente Dilma Rousseff enviará ao Congresso uma convocatória de novas eleições caso o impeachment seja aprovado pelo Senado, oposicionistas a criticaram e membros do Partido dos Trabalhadores divergiram sobre a possível medida. As informações são do jornal O Globo.
"Não acho que ela vá encampar essa ideia e não acho que deva fazer. Temos que focar no dia 11, no Senado. Ela não tem que propor nada que seja inconstitucional, não faz sentido. Só não é (inconstitucional) se o vice concordar em renunciar, o que parece que não vai", afirmou o deputado Vicente Cândido, do PT.
Dentro do partido governista, Jorge Viana saiu em defesa da decisão da chefe de Estado. "O ideal é que a presidente Dilma propusesse isso, a antecipação da eleição presidencial, e que houvesse um entendimento com o Congresso. O impeachment não é a solução para a crise. Nova eleição para pacificar o país", defendeu ele.
Na ala oposicionista, o deputado Mendonça Filho, do DEM, disse que a possível ação mostra "desespero" do PT. "É mais uma etapa na crise de desespero que tomou conta do PT e da presidente Dilma. Politicamente a proposta é inviável. Ela pode renunciar, mas não pode obrigar o vice a renunciar, porque quem cometeu os crimes de responsabilidade foi ela e quem jogou o Brasil numa crise ética e econômica foi ela", afirmou.
Mendonça Filho também argumentou que Dilma não teria apoio o bastante para aprovar a Proposta de Emenda a Constituição (PEC) na Câmara. Já Baleia Rossi, do PMDB, chamou a possibilidade de "discurso do palanque".
"Nenhuma viabilidade porque não existe previsão constitucional para isso, é uma ideia que deve ter sido criada por algum agente de marketing, mas que, efetivamente, não tem possibilidade jurídica de acontecer. É um discurso de palanque. No PMDB temos que zelar pela Constituição, o impeachment é um remédio duro, mas Constitucional, mas novas eleições não se encaixam na Constituição vigente. Não devemos alongar o debate sobre isso", disse Rossi.