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Na contramão dos vapes, jovens mantêm cigarro tradicional na mão por estética

Esses dados podem estar relacionados à influência de personalidades digitais e artistas, afirma a fundadora do Instituto Delete e professora do Instituto de Psiquiatria da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Anna Lucia King

Na contramão dos vapes, jovens mantêm cigarro tradicional na mão por estética
Notícias ao Minuto Brasil

18/09/24 10:48 ‧ Há 21 Horas por Folhapress

Lifestyle CIGARRO-CONSUMO

(FOLHAPRESS) - Jovens relatam fumar cigarros por estética e alguns comportamentos e declarações de artistas, como Charlie xcx e Lana del Rey, podem influenciar o tabagismo, dizem especialistas.
O Governo Federal aumentou para R$ 2,25 o imposto sobre o maço -que permanecia a mesma alíquota de 2016, R$ 1,50 - em 1° de agosto.

 

A medida foi tomada para desestimular a iniciação do consumo de jovens, explica o Inca (Instituto Nacional de Câncer) através de comunicado.
É difícil frear a iniciação ao consumo de nicotina por jovens, explica o pneumologista e ativista antitabagismo, Alexandre Milagres. "As meninas estão começando a fumar em maior quantidade que os meninos, em parte, pela ideia de que o cigarro emagrece. Essa tendência, que começou há 15 anos, não se reverteu", conta.

Esses dados podem estar relacionados à influência de personalidades digitais e artistas, afirma a fundadora do Instituto Delete e professora do Instituto de Psiquiatria da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Anna Lucia King. "As redes sociais [propagam] um modelo de comportamento que influenciam todos os jovens, principalmente os que têm perfil inseguro e necessidade de autoafirmação", diz.

O país conduziu uma força tarefa que reduziu o consumo de nicotina. A publicidade de cigarros, por exemplo, foi proibida. Houve uma conscientização sobre os malefícios do tabagismo e uma geração cresceu educada, argumenta King. Mas a diferença está, também, em como os jovens consomem informações. "Eles não veem muita televisão, mas sim séries e redes sociais", explica a pesquisadora. Com as redes sociais, talvez dessa forma as propagandas de cigarro estejam voltando, mesmo que de forma simbólica, reflete.

"É uma propaganda subliminar. Se ela é um modelo de pessoa, tudo que fizer -desde o cabelo até a vestimenta e o comportamento- com certeza influencia os jovens. Todo mundo quer seguir aquilo", diz.

Anna Vilete, 21, diz que foi influenciada pela cantora e modelo Sky Ferreira e pela tendência "model off-duty", que despreza peças muito elaboradas. "Eu via a Naomi Campbell [fumando] e achava isso muito legal, com um certo glamour. Você vê meninas mais velhas fumantes em séries, como Sex And The City e pensa: 'nossa, quero fazer isso também porque é muito legal'".

O cigarro também ajuda as pessoas a se tornarem mais atraentes, acredita Vilete. "Deixa ela mais legal. Às vezes você olha para alguém e ele é meio sem graça, desinteressante. Não sei explicar, mas se ele estiver fumando, sente que tem um apelo sexual, uma coisa diferente, um certo enigma", diz.

No entanto, o pneumologista alerta que mais de 60 doenças e mais de 19 cânceres podem ser provocados pelo fumo. "O tabagismo é o maior problema de saúde pública do planeta. Não existe nada comparável ao tabagismo"."Não dá para esperar racionalidade de ídolos e artistas", diz Milagres. "Tem que denunciar e mostrar o que os influenciadores estão fazendo. Eles merecem uma pressão em cima".

O pesquisador entende que a dificuldade de assimilar os riscos do cigarro é também porque há uma distância entre os mais jovens e a ocorrência das doenças crônicas. "Ele acha que não vai acontecer com ele, que o câncer ou o infarto só vai chegar só quando ele tiver 80 anos de idade".

Mas nem tudo está perdido, afirma Milagres. "Nós temos influenciadores no sentido oposto". É o caso de Gustavo Foganoli que expôs o vício em vapes e criou a campanha #SemNicotina. Milagres defende que os próprios jovens devem ser protagonistas da luta contra a nicotina.

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