Impeachment de Dilma é 'chutar cachorro morto', diz empresária
Ex-eleitora de Aécio se diz arrependida do voto e defende permanência da presidente
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Brasil Arrependimento
Depois que o PT chegou atingiu 12 anos no poder, a empresária Hanna Lucatteli resolveu contraria a orientação política dos pais, militantes do Partido dos Trabalhadores, e votou em Aécio Neves (PSDB). Hoje, ela defende a permanência da presidente no cargo. "Virou uma coisa de bater em cachorro morto", disse à BBC Brasil.
"A crise política me afetou, mas de maneira positiva. Eu tive que repensar o que fazer da minha vida e como cuidar do meu filho. Com as mudanças trabalhistas, não estava compensando eu trabalhar fora e pagar alguém para ficar com ele. Os trabalhadores ganharam mais direitos, e todo mundo vai ter que se adaptar, como eu tive", contou à reportagem. Antes produtora de moda, a jovem resolveu abir um brechó depois que as leis trabalhistas passaram a beneficiar as empregadas domésticas, no ano passado.
"Dilma ficar no cargo pode não ser a melhor saída, mas não existe outra. Não há argumentos suficientes para tirá-la. Ela foi eleita, de forma legítima, por mais da metade da população, e se as pessoas estão insatisfeitas, que aprendam para as próximas eleições, porque incompetência política não é motivo para afastamento. É muito arriscado. A forma como tudo foi articulado me soa golpista, me dá medo. Fiquei simpática à presidente agora porque virou uma coisa de bater em cachorro morto", afirma.
Embora defenda a presidente, ela diz que não votaria no PT em 2018. "Hoje eu apoio o Ciro Gomes, ou a Marina Silva, que estão no meio termo. E daria meu pescoço para não ter que votar no Aécio mais uma vez", finaliza.