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Tapa em retrovisor do carro da PM não justifica morte, diz advogado de estudante de medicina

O veículo em que estavam dois PMs estava parado em semáforo na avenida Conselheiro Rodrigues Alves, na Vila Mariana, zona sul de São Paulo.

Tapa em retrovisor do carro da PM não justifica morte, diz advogado de estudante de medicina
Notícias ao Minuto Brasil

22/11/24 17:24 ‧ Há 3 Horas por Folhapress

Justiça MORTE-SP

PAULO EDUARDO DIAS
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Imagens de câmera de segurança mostram o momento em que o estudante de medicina Marco Aurélio Cardenas Acosta, 22, atinge com um tapa o retrovisor de um carro da Polícia Militar. Esse teria sido o estopim para a abordagem violenta que terminou na morte do jovem, na quarta-feira (20).

 

O veículo em que estavam dois PMs estava parado em semáforo na avenida Conselheiro Rodrigues Alves, na Vila Mariana, zona sul de São Paulo.

Logo após o estudante dar um tapa no retrovisor do motorista, o PM do banco do passageiro desce da viatura e passa a perseguir Acosta a pé. O motorista conduz o carro para a mesma direção.
A perseguição terminou dentro de um hotel a poucos metros dali. Foi no local que o estudante foi atingido por um tiro disparado dado pelo soldado Guilherme Augusto Macedo. Acosta foi socorrido para o hospital Ipiranga, onde morreu.

O advogado da família, Roberto Guastelli, classificou a ação como uma brincadeira que não justifica a ação da PM.

"A brincadeira do rapaz não justifica a abordagem truculenta dos policiais, ainda mais que ele estava sem camisa, que demonstra que não estava armado. Uma covardia com um jovem que fez uma 'traquinagem'", disse para a Folha o advogado.

Segundo o defensor, as imagens mostram o contrários dos depoimentos -referindo-se à versão do boletim de ocorrência em que policiais dizem ter sido acionados para atender ocorrência envolvendo o estudante.

Macedo foi indiciado pela PM por homicídio doloso, ou seja, com intenção de matar. Não havia pedido de prisão contra ele até a tarde desta sexta-feira (22). A Polícia Civil também abriu inquérito para apurar a conduta do policial. Ambos os agentes utilizavam câmera corporal.

Na noite desta quinta (21), mais de 40 horas depois de o estudante, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) usou as redes sociais para se pronunciar a respeito do caso. Em nota breve, ele lamentou o ocorrido e a conduta dos policiais envolvidos na ocorrência.
O corpo de Acosta foi velado nesta sexta em um cemitério no Morumbi, zona oeste da capital.

"Eu peço que seja feita a Justiça, que os responsáveis tenham a condenação que mereçam ter. Meu irmão era a nossa alegria. Era a alegria da minha casa. Sem ele nossa alegria foi embora. Nosso sorriso foi embora. A gente vai conviver a vida inteira com um buraco no coração", disse o cirurgião Frank Cardenas, irmão do estudante.

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