Clínica em SP onde mulher morreu ao fazer hidrolipo estava irregular, segundo prefeitura
Uma equipe da Covisa (Coordenadoria de Vigilância em Saúde) esteve no estabelecimento, na avenida Conselheiro Carrão, 1.167, Vila Carrão, na manhã desta quarta-feira (27) e encontrou o local fechado.
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Brasil MORTE-SP
FRANCISCO LIMA NETO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A clínica Maná Day, onde Paloma Lopes Alves, 31, morreu ao passar por um procedimento de hidrolipo, para remoção de gordura localizada, na tarde desta terça-feira (26), estava irregular, de acordo com a Prefeitura de São Paulo.
"Para o estabelecimento Maná Hospital Day Ltda - CNPJ: 53.936.372/0001-90, não foi identificada Licença Sanitária junto à vigilância sanitária municipal ou mesmo solicitação de licenciamento sanitário protocolado. Ele foi autuado e interditado por exercer atividade irregular", afirmou a prefeitura.
Uma equipe da Covisa (Coordenadoria de Vigilância em Saúde) esteve no estabelecimento, na avenida Conselheiro Carrão, 1.167, Vila Carrão, na manhã desta quarta-feira (27) e encontrou o local fechado.
Ainda segundo a gestão municipal, no mesmo endereço, o estabelecimento SB7 Intermediadora de Serviços Médicos Ltda., sob o CNPJ 54.004.634/0001-41, não possui Licença Sanitária junto à vigilância sanitária municipal ou mesmo solicitação de licenciamento sanitário protocolado.
"Para este local, consta somente o auto de licença de funcionamento, junto à subprefeitura, de uso e ocupação de solo para atividade médica ambulatorial restrita a consultas", afirmou a prefeitura.
O médico Josias Caetano dos Santos, responsável pelo procedimento, que culminou na morte da paciente, não consta como sócio ou proprietário de nenhum dos CNPJs.
O escritório do advogado Lairon Joe Alves Pereira, que defende o médico, afirmou que tudo o que era necessário para a cirurgia estava no local.
"Havia todos os equipamentos, conforme constatará em perícia realizada no local. O fato de a clínica não estar regular na prefeitura é um fato administrativo que não tem relação de causa e efeito com a intercorrência que ela veio a ter na cirurgia. A clínica não é do Dr. [Josias Caetano], somos limitados para dar informações de regularidades administrativas", afirmou o escritório.
A fachada da clínica amanheceu pichada nesta quarta com palavras de ordem e pedidos de justiça.
A reportagem tentou contato com o médico, mas ele não respondeu às ligações e mensagens. Segundo o Cremesp (conselho regional de medicina de SP), ele faz parte da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e tem o registro de CRM ativo.
A defesa afirmou que enviaria um posicionamento nesta tarde, mas a nota não foi encaminhada até a publicação deste texto.
Paloma chegou ao local acompanhada do marido, de 34 anos.
No decorrer do procedimento, ela teve uma parada cardiorrespiratória. O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi chamado e a levou para o Hospital Municipal do Tatuapé, onde morreu.
Segundo o boletim de ocorrência, a provável causa da morte é embolia pulmonar.
Em entrevista à TV Globo, o médico disse que a paciente estava havia poucos minutos na sala de recuperação pós-operatória quando começou a passar mal.
"Ela estava com angústia respiratória, muita falta de ar. A paciente piorou muito a angústia respiratória e ela ficou inconsciente. Foi coisa de segundos", afirmou o médico.
Josias Caetano explicou que fez as manobras necessárias.
"A gente começou a fazer massagem cardíaca, a gente começou a ventilar com aquela máscara de oxigênio. Quando você tem um sofrimento por falta de oxigênio é esperado que com essas manobras já recupere rapidamente. Não foi o que aconteceu", declarou.
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