Recall de airbags 'fatais' tem baixa adesão no Brasil
Tendo a maioria nos Estados Unidos, foram 13 mortes e mais de 100 feridos notificados até agora
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Brasil Convocação
A convocação de veículos para
recall
no país já é maior do que a quantidade de automóveis novos vendidos até maio deste ano. Foram
de 863,7 mil unidades chamadas em relação as
811,7 mil unidades comercializadas. 64% do total chamado para reparo envolvem
defeito no airbag, problema que levou ao maior
recall
da história, envolvendo mais de 60 milhões de veículos em todo o mundo desde 2013, como informa o Bahia Notícias.
O defeito atribuído ao fabricante do componente, a japonesa
Takata, pode fazer com que, ao ser deflagrada, a bolsa de ar exploda com muita força e lance estilhaços de metal, que podem ferir ou até matar os passageiros.
Tendo a maioria nos
Estados Unidos, foram
13 mortes e mais de 100 feridos
notificados até agora, no Brasil, porém, não há registros de acidentes até o momento.
Apesar da gravidade do problema, o índice de atendimento aos
recalls
dos chamados "airbags mortais" tem sido baixo. Em 2015, só a Toyota do Brasil convocou 522 mil modelos relacionados ao problema do airbag. De acordo com a empresa, até maio passado 21% (ou 109 mil) desses carros foram levados às concessionárias para providenciar o conserto.
A Honda acumula o maior número de veículos nesse
recall, com 792,5 mil unidades convocadas no país no ano passado. Segundo dados do
Procon-SP, a abstenção é de quase 90%. Neste ano, a japonesa convocou mais 489 mil automóveis e utilitários, dos quais 325,1 mil na semana
retrasada.
No país norte-americano, a adesão máxima foi de 40%, conforme indicam
órgãos locais de segurança do trânsito. A média de atendimento às campanhas como um todo no país é de 65%, enquanto no Brasil está na faixa dos 50%.
"Nem sempre o consumidor liga o
recall
a um risco de acidente real", diz o gerente técnico do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Carlos
Thadeu
de Oliveira.
Para o especialista,
as campanhas pelas fabricantes precisam ser mais contundentes, deixando claro os riscos de lesão grave e até mortes. Oliveira ressalta que, em alguns casos, especialmente no início das convocações, as empresas não tinham peça para a troca e apenas convocavam os proprietários a levarem os carros para que o sistema de airbag fosse desativado, estratégia ainda mantida.