Mãe de Belfort fala sobre filha desaparecida: "mais amargo que a morte"
A mãe falou sobre o drama da família e as esperanças de encontrar a filha, irmã de Vitor Belfort
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Brasil DRAMA HÁ 12 anos
A jovem Priscila Belfort, irmã do lutador de MMA Vitor Belfort, desapareceu no dia 9 de janeiro de 2004.
A reportagem do R7 conversou com Maria Jovita Vieira, mãe de Priscila e Vitor. Ela contou que o caso está parado pois não há provas consistentes sobre o desaparecimento.
Jovita lembra que no dia em que Priscila desapareceu, ela havia deixado a filha no trabalho, no centro do Rio de Janeiro, depois a jovem saiu para almoçar e não voltou mais.
Doze anos se passaram e o caso ainda não foi solucionado. "A polícia me diz que existe 50% de chances dela estar viva e 50% dela estar morta. Então, você fica no zero a zero novamente. O desaparecimento de um familiar é mais amargo que a morte, é desumano. É um problema que existe e bate sem hora marcada na porta de qualquer família, seja ela pobre ou rica", lamenta a mãe de Vitor Belfort.
IML
A reportagem conta que o mais recente drama na vida da família Belfort está ligado à falta de nitrogênio usado para periciar ossadas que estão paradas desde 2013 no Instituto Médico Legal do Rio de Janeiro. Segundo Jovita, a família aguarda recursos do governo do Estado do Rio para a compra do material.
"Ouvi dizer que faltam R$ 33 mil para a compra de 50 litros do produto. E você não pode fazer exame de DNA em ossos sem nitrogênio. A Polícia Civil diz que uma licitação já foi feita, mas aguarda recurso do governo para a compra do material. O governo diz que não tem o dinheiro. O estado gasta como gasta e tem a cara de pau de dizer que não tem essa quantia ridícula. Mesmo que não haja ossos da Priscila, vai ter de várias outras pessoas", diz a mãe.
Jovita também contou que a modelo Joana Prado, casada com Vitor, teria e oferecido para juntar o dinheiro e pagar o nitrogênio, mas a mãe de Priscila não aceitou, pois quer lutar pelos seus direitos.
DESAPARECIMENTO
A mãe também fala sobre a possibilidade de morte e explica que quer "fechar um ciclo". "Nós estamos preparados para a morte, mesmo que isso seja uma dor horrível. Eu vivo um final de túnel que nunca chega e se Priscila por acaso estiver morta, eu quero dar um enterro, quero fechar um ciclo".
Questionada pela reportagem do R7 sobre o que pode ter acontecido com a filha, Jovita responde: "Inventa aí uma história louca na sua cabeça. Em 12 anos, eu já tive muitos pensamentos. Já achei isso, já achei aquilo".
A mãe também cogita a possibilidade de Priscila ter sofrido algum mal súbito. "A Priscila pode ter sofrido algum mal súbito, ficou sem memória e está por aí perambulando, sei lá, mas pode ter acontecido. A gente está sempre escolhendo esse final: que a gente vai encontrar a Priscila com vida".
NAMORO DE PRISCILA
A mãe também revela que quando Priscila sumiu ela namorava um rapaz há três meses. A família dele nunca quis saber sobre o caso e nunca se disponibilizou a ajudar, contou Jovita.
Além disso, o rapaz chegou a ser investigado pela polícia. "Eu sempre quis que ele fosse mais investigado do que foi. E nunca foi. Inclusive, depois que foi ao ar o Linha Direta [programa investigativo da Globo], ele deu uma outra informação. Eu pedi até para ele ser chamado novamente e nunca o chamaram para depor. Isso é uma coisa que a polícia me deve", destaca.
Outro episódio foi a existência de uma denúncia relacionada ao rapaz. "Houve uma denúncia também exibida no Fantástico, de uma tal de Elaine, que a turma dela tinha pego a Priscila e tinha a matado por causa de uma dívida de tráfico com o namorado, e nada disso também foi investigado", afirma a mãe de Priscila.
ESPERANÇA
Jovita guarda até hoje as lembranças da filha e revela que por quase oito anos consecutivos, sonhava com Priscila. "Tinha sonhos que a gente sempre estava andando na praia. Tive um sonho em que ela dizia: ‘Mãe, continua investigando, foram essas pessoas que me pegaram'. Tem um ano e meio que eu não consigo sonhar. É reconfortante, porque nos sonhos eu sinto o cheiro dela, sinto a textura de seu cabelo. Existem dias, acordada, que a presença dela é tão forte que eu fico arrasada de não tê-la aqui por perto", lamenta.
A mãe guerreira diz que não perdeu as esperanças e sonha em encontrar a filha. "Eu espero que os porteiros aqui da casa da minha mãe toquem o interfone e digam que estão subindo com uma encomenda especial. É ver Priscila chegar aqui nessa porta. Limpa, suja, do jeito que for. É isso que eu espero. Daria tudo para escutar ela me chamando de novo".