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RN transfere 21 detentos para presídios federais após ataques

O presidente interino, Michel Temer (PMDB), autorizou o reforço de militares no domingo (31), mas as tropas só chegaram três dias depois

RN transfere 21 detentos para presídios federais após ataques
Notícias ao Minuto Brasil

17:06 - 05/08/16 por Noticias ao Minuto

Brasil Tropas

Vinte e um detentos suspeitos de estarem ligados ao comando da série de ataques no Rio Grande do Norte promovidos há uma semana estão sendo transferidos na tarde desta sexta-feira (5) para presídios federais, nas cidades de Porto Velho (RO), Campo Grande (MS) e Catanduvas (PR).

É a segunda medida tomada pelo Estado em reação aos ataques, depois da chegada de tropas do Exército ao Estado, na quarta-feira.

O presidente interino, Michel Temer (PMDB), autorizou o reforço de militares no domingo (31), mas as tropas só chegaram três dias depois.

Na primeira explicação, o Exército informou à reportagem que o pedido só foi recebido oficialmente na terça; depois, questionado novamente, afirma que os três dias foi o prazo necessário para mobilizar o efetivo de outros Estados.

Desde as primeiras ações de criminosos na sexta (29), foram 106 ocorrências em 33 cidades, incluindo incêndio a ônibus e ataques a bases policiais, segundo último balanço do governo potiguar. A lista inclui ao menos 63 incêndios, 31 tentativas de incêndios, sete disparos contra prédios públicos e proximidades, quatro envolvendo artefatos explosivos e quatro depredações.

Os transferidos são do presídio estadual de Parnamirim, onde foi instalado o primeiro bloqueador de sinal de celular, na semana passada -a medida utilizada pelo governador Robinson Faria (PSD) para explicar o motivo dos ataques em série de criminosos.

O ofício do Ministério da Justiça autorizando a transferência dos detentos foi emitido nesta quinta (4). Outros cinco presos já haviam sido transferidos, na segunda-feira (1º), para o presídio federal de Mossoró.

Segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública, 105 suspeitos foram presos ou apreendidos (se adolescentes) suspeitos de participação nos atos.

No grupo transferido nesta sexta para presídios federais está o traficante João Maria dos Santos Oliveira, 32, conhecido como "João Mago".

De acordo com o setor de inteligência da pasta, ele é um dos líderes do "Sindicato do Crime" do RN, grupo criminoso apontado como articulador dos ataques registrados em Natal e Região Metropolitana.

Ele estava foragido da penitenciária de Parnamirim, mas foi recapturado domingo passado.

EXÉRCITO

A onda de ataques mudou a rotina no Estado desde quarta. Cerca de 1.350 homens, entre Exército, Marinha e Força Aérea, começaram a realizar patrulhamentos dentro da chamada Operação Potiguar.

Só do Exército são cerca de mil militares, provenientes de Pernambuco, Paraíba e do interior potiguar. Outros 524 estão no Ceará e poderão ser acionados se houver necessidade de mais reforço.

No primeiro dia de presença efetiva dos militares na rua, nesta quinta, houve patrulhamento em áreas turísticas, comerciais e de maior fluxo de transportes e pessoas.

A atuação está restrita à capital e Região Metropolitana porque, segundo a Secretaria de Segurança foi onde começaram as ocorrências e também onde foi registrado o maior número delas.

No interior, a Polícia Militar reforçou o efetivo com policiais de folga e férias que se apresentaram. O Comando de Policiamento Metropolitano também ajudará a reforçar as ações nas outras cidades. E será avaliado posteriormente se há necessidade de envio das tropas para outros municípios.

A presença das tropas, inicialmente, está autorizada até o dia 16 de agosto. Nesta quinta, o governador pediu ao ministro da Defesa, Raul Jungmann, em Natal, que estenda a permanência dos militares no Estado "por 30 dias ou até dois meses", mas a formalização do pedido, que precisa ser feita à Presidência da República, "ainda está em andamento e deverá ser enviada em breve".

A ampliação do prazo seria necessária, segundo o governador, para que o bloqueio aos celulares seja instalado em todas as unidades prisionais. Com informações da Folhapress.

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