Após ironizar estudante que ficou cega, Coronel é afastado de protestos
Segundo o secretário, o afastamento do tenente-coronel das manifestações não é uma punição, mas uma forma de "preservar o policial e a ordem pública"
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Brasil Afastamento
Após ironizar a estudante Deborah Fabri, que teve um olho perfurado durante um protesto contra o governo Temer, o tenente-coronel da Polícia Militar Henrique Motta não atuará mais em manifestações, disse nesta quinta-feira (8) o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Mágino Alves Barbosa Filho.
Segundo o secretário, o afastamento do tenente-coronel das manifestações não é uma punição, mas uma forma de "preservar o policial e a ordem pública"."Não concordo com o comentário. [Mas] não é uma infração, foi feito como pessoa física, não em nome da polícia", afirmou.
Motta, que comandava a tropa de choque da PM durante os atos, publicou em sua conta do Facebook uma montagem sugerindo que Fabri mereceu ser ferida. A imagem mostra lado a lado um tuíte da jovem de 2015, em que ela afirma ser a favor de "qualquer ato de qualquer destruição em protesto de cunho político que tenha objetivos sólidos", e a mensagem postada pela estudante na quinta-feira (1º), após ter olho esquerdo perfurado. Entre as imagens, os dizeres: "quem planta rabanete colhe rabanete".Segundo o secretário, também deixarão de atuar em manifestações os policiais que dirigiam uma viatura filmada atropelando um manifestante.
Em entrevista coletiva, Barbosa Filho reconheceu que a PM pode ter cometido excessos durante os protestos e disse que esses casos serão investigados e punidos.
"Nós podemos imaginar algumas situações que já estamos investigando e que fogem de qualquer protocolo, como a notícia de policiais que se voltaram contra frequentadores de estabelecimentos comerciais, e do profissional de imprensa que teve dificuldades de exercer sua profissão. Todas essas situações estão sendo investigadas", afirmou.
GRUPO DE TRABALHO
O secretário participou nesta quinta de uma reunião convocada pelo Ministério Público Estadual de São Paulo com órgãos da prefeitura, do governo estadual e da sociedade civil para discutir a segurança nos protestos.
Segundo o procurador-geral de Justiça de São Paulo, Gian Paolo Smani, foi definida com esses órgãos a criação de um grupo de trabalho que se reunirá periodicamente para definir "protocolos" que visem a garantir a segurança dos manifestantes. Nenhuma medida concreta foi anunciada neste primeiro encontro.Segundo Smani, as próximas reuniões serão abertas ao público.