"Você me dá um beijo se eu votar em você?, ouve candidata
Candidatas a vereadora de São Paulo contam como são as abordagens machistas que foram vítimas durante campanha eleitoral
© Reprocução / Câmara Municipal de São Paulo
Brasil Machismo
Uma candidata a vereadora da cidade de São Paulo, de 29 anos, pela Rede, saía às ruas da cidade com panfletos para apresentar as suas propostas. As reações ao ver uma mulher jovem concorrendo ao cargo foram, em geral, machistas.
A candidata contou em entrevista à Folha de S. Paulo que abordou um homem de meia-idade no Largo da Batata, ele a ouviu e disse: "Você me dá um beijo se eu votar em você?".
Outros, a cumprimentaram pegando na cintura ou nos ombros e olhando para o busto.
Outra candidata, uma estudante de direito na USP, de 26 anos, do PT, disse que enfrentou bastante agressividade.
Tem gente que xinga mesmo, que não gosta de feminista. Fala palavrão, chama de puta, mal-amada. Sem contar os que dizem que eu sou egoísta por entrar na política tendo uma filha pequena. Que eu sou uma péssima mãe, que eu estou negligenciando ela."
Questionadas pelas próprias famílias, homens e mulheres, as candidatas à Câmara Municipal de São Paulo lutam para conseguirem um espaço num ambiente extremamente machista. Atualmente, apenas cinco dos 55 vereadores são mulheres.