Florianópolis volta a restringir marca de cerveja em praia
A prefeitura de Florianópolis voltará a regular as marcas de cerveja e refrigerante vendidas nas praias da cidade no verão; Brasil Kirin, dona da Schin, é a marca
© Pixabay
Brasil Limitado
Um ano após obrigar o comércio ambulante a vender exclusivamente bebidas da Brasil Kirin, dona da Schin, e então recuar da ideia, a prefeitura de Florianópolis voltará a regular as marcas de cerveja e refrigerante vendidas nas praias da cidade no verão.
A administração municipal fechou novo contrato de patrocínio com a empresa de bebidas, o que novamente obriga os ambulantes a venderem cerveja, refrigerante, água e energético da marca.
A diferença é que nesta temporada, para evitar a repercussão negativa do ano passado, os vendedores poderão incluir um rótulo de cerveja e um de refrigerante, de outras marcas, em suas tendas.
"Os participantes deverão vender as bebidas do catálogo da empresa Brasil Kirin e mais uma única opção de rótulo de cerveja e de refrigerante, à escolha do credenciado", diz o edital para seleção de ambulantes.
Quem descumprir as regras, segundo o edital lançado neste mês, poderá perder a licença de trabalho.A prefeitura selecionará ambulantes para trabalharem em 178 barracas de lona espalhadas por 30 praias da cidade. O resultado sairá em novembro.Os aprovados poderão trabalhar de 15 de dezembro a 16 de abril de 2017, das 8h às 20h, em tendas com nove metros quadrados.
A regulação da prefeitura vale apenas para tendas montadas nas praias. Não se aplica aos bares da orla.O preço das bebidas não será tabelado. No último verão a lata de cerveja foi vendida entre R$ 4 e R$ 8, dependendo do rótulo e do perfil do público da praia.
FALTA DE OPÇÃO - Na temporada passada, a venda exclusiva desagradou veranistas, que reclamaram de "falta de opção", e ambulantes, que se queixaram de queda nas vendas.O Procon de Florianópolis considerou que a venda exclusiva feria o direito de livre escolha do consumidor. Em meio à polêmica, o prefeito Cesar Souza Junior (PSD) rompeu o contrato com a Brasil Kirin e liberou a venda de todas as marcas.
A Folha de S.Paulo mostrou que a prefeitura havia recebido R$ 400 mil da empresa de bebidas para deixá-la explorar a publicidade nas tendas e no uniforme dos ambulantes.À época, a administração municipal informou que o dinheiro seria investido na infraestrutura da temporada, que costuma atrair 2 milhões de pessoas à cidade, muitos deles turistas argentinos, o que equivale a cinco vezes a população local.
LICITAÇÃO - O diretor da Sesp (Secretaria Executiva de Serviços Públicos) de Florianópolis, Anilso Cavalli, disse que contratos de patrocínio com empresas de bebida são comuns na cidade porque ajudam "a custear a temporada".Segundo ele, a empresa é selecionada por licitação e, em troca da publicidade nas barracas de praia, fica obrigada a fornecer as tendas, equipamentos usados dentro delas e uniformes aos ambulantes.De acordo com o diretor, o valor em dinheiro pago à prefeitura é usado em trabalhos como a fiscalização de praia.
CHOPE LIVRE - Cavalli disse que não vê prejuízos ao veranista porque, além do rótulo a critério do ambulante, a Brasil Kirin colocará à venda oito opções de cerveja (Schin, Eisenbahn, Devassa, Kirin Ichiban, Baden Baden, Cintra, Glacial, No Grau). "São rótulos com uma aceitação muito grande entre os apreciadores de cerveja".
O diretor acrescentou que nesta temporada também haverá 113 carrinhos de chope e espumante circulando pelas praias, sem restrição de marca, o que amplia a possibilidade de escolha.
A Brasil Kirin informou, via assessoria, que venceu licitação feita em 2015, que fornecerá uniformes a todos os ambulantes credenciados, caixas térmicas, guarda-sóis e cadeiras, além das barracas.
A empresa informou ainda que o contrato com a prefeitura atende à reivindicação feita pelo comércio ambulante na última temporada, de vender outro rótulo de cerveja e refrigerante além dos da Brasil Kirin.O investimento total, considerando a temporada anterior e a próxima, será de R$ 2,5 milhões, segundo a marca.
Procurado, o Procon em Florianópolis afirmou não poderia atender a reportagem porque o diretor estava em viagem. Com informações da Folhapress.
Leia também: Vereadora quer proibir Globo, Record e outros canais em locais públicos