Obra de R$ 260 milhões é investigada pela PF por suspeita de fraude
A chamada Operação Nosotros investiga suposta fraude no processo de licitação para construção do sistema de transporte BRT de Palmas, no Tocantins
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Brasil Palmas
O escritório do ex-governador do Paraná e ex-prefeito de Curitiba (PR), Jaime Lerner, e a casa do prefeito de Palmas (TO), Carlos Amastha (PSB), foram alvos de uma operação deflagrada nesta quinta-feira (10), pela Polícia Federal, em três Estados (Tocantins, Paraná e Santa Catarina). A chamada Operação Nosotros investiga suposta fraude no processo de licitação para construção do sistema de transporte BRT da capital do Tocantins -obra orçada em R$ 260 milhões.
Doze mandados de condução coercitiva (quando a pessoa é levada para prestar depoimento e liberada em seguida) e 12 de busca e apreensão foram expedidos pela Justiça.
No escritório de Lerner foram apreendidos documentos relativos a projetos executados pela equipe de arquitetos em Palmas. Em nota, o Instituto Jaime Lerner informou que não teve ou tem qualquer relação com a implantação do BRT.
"O único trabalho realizado na cidade foi para o setor privado. Trata-se de uma ocupação futura para a área de expansão urbana, na região sudoeste da cidade, contratado por três empresas privadas". O instituto garante que os documentos levados pelos policiais federais foram entregues pela própria equipe "para que se comprovem os fatos citados".
Já o prefeito reeleito de Palmas, Carlos Amastha, foi conduzido para depor. Suspeito de participação na fraude à licitação, ele usou sua conta no Twitter para se defender.
"Juro solenemente, pela vida dos meus seres queridos, que nunca procurei nenhum benefício pessoal nas desapropriações e cobrança de IPTU. Se encontrarem qualquer evidência contrária às minhas afirmações, não tomarei posse para o segundo mandato. Não entrei na política para roubar".
A PF também conduziu para prestar depoimento membros da equipe de governo de Amastha, além de servidores públicos municipais e donos de imobiliárias.
De acordo com a PF, o esquema envolvia a desapropriação irregular de terrenos para a implantação do BRT. De posse de informações privilegiadas, grupos imobiliários aliciavam agentes públicos para que pressionassem os donos dessas propriedades a cederem, gratuitamente, parte dos terrenos para pessoas ligadas ao esquema.
Uma das formas de coação ocorria pela cobrança de altos valores de IPTU. A implantação do sistema BRT valorizaria os imóveis que o grupo tivesse posse após a obra. Com informações da Folhapress.