Juíza determina que Samarco faça perícia em barragem rompida
Em novembro de 2015, o rompimento da barragem causou a morte de 19 pessoas, além de um desastre ambiental sem precedentes
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Brasil Mariana
Nesta sexta-feira (11), a Justiça Federal determinou que a mineradora Samarco realize uma perícia para avaliar se a lama de rejeitos de minérios de ferro ainda vaza na barragem de Fundão, em Mariana.
Em novembro de 2015, o rompimento da barragem causou a morte de 19 pessoas, além de um desastre ambiental sem precedentes. A lama de rejeitos destruiu a vegetação local e contaminou a bacia do rio Doce, atingindo dezenas de municípios de Minas Gerais e do Espírito Santo.
Em outubro, o Ministério Público Federal (MPF) denunciou 22 executivos da Vale, BHP Billiton e VogBr, ligados à mineradora, pela acusação de homicídio com dolo eventual (quando se assume o risco de matar).
Na ação, a juíza da 12ª Vara de Justiça Federal, Rosilene Maria Clemente de Souza Ferreira, decidiu por atender o pedido do MPF.
"Não há provas definitivas de que a lama que restou na barragem foi contida e nem que as medidas que estão sendo tomadas para essa contenção são totalmente eficazes", diz a magistrada na decisão.
"Existem apenas estudos científicos, ainda sem conclusão definitiva e aprovação pelos órgãos ambientais, sobre a viabilidade e utilidade da retirada dos rejeitos depositados nas margens do rio Doce, seus afluentes e adjacentes de sua foz após o acidente", concluiu a juíza.
Para a realização da perícia, a juíza nomeou o perito Marcus Pacheco, PhD no assunto e professor de mecânica dos solos e fundações, além de consultor geotécnico, informou o UOL.
A Samarco disse que só iria se manifestar após ser notificada formalmente da decisão da Justiça.