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Sartori diz ser impossível resolver questões do RS sem ajuda federal

Estado do Rio Grande do Sul teve estado de calamidade decretado nesta terça

Sartori diz ser impossível resolver questões 
do RS sem ajuda federal
Notícias ao Minuto Brasil

19:10 - 22/11/16 por Folhapress

Brasil Calamidade

Depois de decretar estado de calamidade financeira no Rio Grande do Sul, o governador José Ivo Sartori (PMDB) afirmou nesta terça-feira (22) que sem a ajuda do governador federal não será possível resolver os problemas estaduais e reconheceu que medidas de corte de gastos não foram suficientes.

"As medidas criando lei de responsabilidade fiscal, previdência complementar, cortando gastos de toda ordem, não foram suficientes para manter a estrutura do estado", disse. "Sem o auxílio da União, o Rio Grande do Sul não poderá resolver todas as suas questões", afirmou.

Sartori ressaltou, contudo, que compreende a realidade financeira do governo federal e ressaltou que o momento do Estado é diferente ao do Rio de Janeiro, que decretou estado de calamidade em meio aos Jogos Olímpicos.

"Estamos todos atrás todos os dias de recursos, mas também compreendemos a realidade financeira da União", disse.

Em grave crise financeira, com dificuldades para pagar salários e dívidas, o Rio Grande do Sul decretou nesta terça-feira estado de calamidade financeira. O decreto cita a crise da economia brasileira, com queda estimada de 7% no PIB (Produto Interno Bruto) em dois anos, e afirma que ela trouxe "trágicas consequências" para a situação financeira do Estado, sua arrecadação tributária e capacidade de financiamento.

"Tomamos medidas que são também no sentido de modernizar a administração, fazer a recuperação dela e, mesmo que tenhamos tomado medidas ao longo do tempo, desde o primeiro dia de governo, procuramos tratar isso com muita transparência e colocando a verdade sobre a situação financeira do estado do Rio Grande do Sul", afirmou.

Na segunda (21), Sartori já havia anunciado a extinção de 11 órgãos, a redução de secretarias e a privatização de três companhias estatais. As medidas ainda precisam ser aprovadas pela Assembleia Legislativa.

"O Estado vem acumulando ao longo do tempo deficit financeiro que nos obrigou também a parcelar salários, tendo muitas dificuldades. Estamos atrás, buscando de todas as maneiras colocar em dia, mas é muito difícil", disse Sartori, após reunião de governadores, em Brasília.

Antes de seguir para reunião com o presidente Michel Temer e outros governadores, Sartori disse que a situação financeira dos Estados impacta a União. "Vamos colocar [na reunião] as questões que são nossas, mas também sobre socorro que deve ser dado aos estados, porque se a União tem dificuldades, com certeza sem os Estados, e os Estados em situação precária financeiramente, isso não ajuda o crescimento e o desenvolvimento", disse.

PONTA DO ICEBERG

O governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, afirmou que a situação do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro representam a "ponta do iceberg", ao avaliar que todos os Estados estão com dificuldades financeiras.

"A situação dos Estados é muito grave. O que estamos vendo em Estados como Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul é apenas a ponta do iceberg. Todos os Estados estão precisando de ajuda", disse.

Rollemberg, que recebeu em sua residência oficial outros 18 governadores, três vices e um secretário de Fazenda na manhã desta terça, afirmou que, durante o encontro, não foi mencionada a possibilidade de outros Estados seguirem o mesmo caminho e decretarem estado de calamidade financeira.

Ele afirmou que os Estados decidiram formalizar a criação de um fórum de governadores para debater temas conjunturais e estruturais e que isso será comunicado ao presidente Michel Temer em reunião nesta terça.

No encontro com Temer, os governadores esperam que o governo federal anuncie que irá distribuir aos Estados outros R$ 5,3 bilhões, referentes à multa da repatriação de recursos mantidos no exterior. Rollemberg reconhece, no entanto, que essa verba não é suficiente para salvar os Estados. "Essa repatriação dá uma ajuda aos estados. É importante nesse fechamento do ano", disse.

O governador do Piauí, Wellington Dias, reforçou o desejo dos governadores em relação à reunião no Palácio do Planalto. "A nossa expectativa é que seja pra ele comunicar o reconhecimento de que a multa é, sim, partilhada com os Estados -e eu entendo que também com municípios- e não há necessidade de aguardar decisão judicial." Com informações da Folhapress.

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