Pesquisa aponta recuo do machismo, mas 23% condenam roupa curta
Números são de um estudo encomendado pelo Instituto Avon
© Rovena Rosa/Agência Brasil
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Um estudo encomendado pelo Instituto Avon ao Instituto Locomotiva mostra que o machismo no Brasil teve um recuo. Entretanto, 23% dos participantes da pesquisa ainda criticam as mulheres por usarem roupas curtas ou decotadas.
Segundo a Folha de S.Paulo, a pesquisa também aponta que alguns homens pararam de se referir a mulheres como “piranha” ou “vagabunda” (8%), enquanto 18% deixaram de cantá-las nas ruas. Porém, 8% admitiram que ainda usam termos como “piranhas” ou “vagabundas”, número igual aos que deixaram de fazer.
A pesquisa, batizada de “O papel do homem na desconstrução do machismo”, aponta avanços, mas ressalta que os entraves para superar o problema ainda são muitos.
"A mudança de comportamento dos homens não se dá somente do ponto de vista cognitivo. Ele precisa de um exercício de diálogo entre homens para repensar o que é machismo", afirmou à Folha Leandro Feitosa, professor de psicologia da PUC-SP e coordenador do Grupo Reflexivo de Homens, que reúne agressores encaminhados pela 1ª Vara de Violência Doméstica e contra a Mulher de São Paulo.
A margem de erro da pesquisa é de 2,4 pontos percentuais. Ao todo, foram entrevistadas 1.800 pessoas, com 16 anos ou mais, em 70 cidades de todas as regiões brasileiras. O resultado aponta que 6 em cada 10 homens gostaria de mudar a postura acerca do assunto. Além disso, 31% deles dizem que gostariam de não ser machistas, mas não sabem como fazer isso.