Partos por cesárea têm leve recuo no país, aponta Ministério da Saúde
Até então o índice vinha crescendo no país
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Brasil Saúde
A quantidade de partos por cesariana no Brasil teve leve recuo em 2015 tanto no SUS (Sistema Único de Saúde) quanto na rede privada, segundo relatório divulgado nesta sexta (10) pelo Ministério da Saúde. Até então o índice vinha crescendo no país.
Dos 3 milhões de partos realizados, 55,5% foram cesáreas e 44,5% partos normais - redução de 1,5 ponto percentual em relação a 2014, quando o ministério registrou 57% e 43%, respectivamente.Ao analisar os nascimentos de crianças apenas no SUS, os dados mostram que houve uma inversão em relação aos números globais, sendo 59,8% de partos normais e 40,2% de cesarianas. O ministério diz ainda que há uma tendência de estabilização do índice em 2016, em torno de 55,5%, segundo dados preliminares.
O ministério afirma que essa estabilização das cesarianas ocorre após a adoção de uma série de medidas, como a implementação da Rede Cegonha, a qualificação das maternidades de alto risco, a presença de enfermeiras obstétricas na cena parto, entre outras.
ESTÍMULO A PARTO HUMANIZADO
Esta semana, o Ministério da Saúde lançou um conjunto de recomendações que devem ser seguidas pelos profissionais de saúde e maternidades para atendimento do parto normal. As medidas, chamadas de diretrizes de assistência ao parto normal, servem de estímulo para o parto humanizado.
Entre as recomendações, estão o uso de métodos para alívio da dor, como banhos quentes e massagem, a presença de doulas e acompanhantes durante o parto, o direito ao uso de anestesia, a não obrigatoriedade de jejum e a liberdade da gestante escolher a posição que achar mais confortável durante o parto.O documento também reforça o direito de que as mães tenham contato pele a pele imediato com o bebê após o parto e orienta as maternidades a evitarem separar mãe e filho na primeira hora após o nascimento. Procedimentos de rotina, como pesagem, medições e banho são recomendados após esse período.
As diretrizes incluem ainda recomendações para reduzir o uso de procedimentos desnecessários durante o parto, como episiotomia (corte no períneo) e uso de ocitocina, hormônio que facilita a saída do bebê. A ideia é que essas práticas sejam realizadas apenas quando necessário, conforme a avaliação da equipe médica e gestante.
Manobras agressivas, como a manobra de Kristeller, em que o profissional empurra a barriga da mãe para tentar forçar a saída do bebê, passam a ser contraindicadas. O documento estabelece ainda que as mulheres sejam informadas de todos os riscos e benefícios durante o atendimento e participem de todas as decisões sobre o parto.
Além do médico obstetra, o documento permite que o procedimento seja realizado também por enfermeiras obstétricas ou obstetrizes em casos de baixo risco, prática já adotada em centros de parto normal.
Segundo o ministro da Saúde, Ricardo Barros, a pasta deve investir em treinamento dos profissionais de saúde para que as diretrizes sejam adotadas pelas unidades de saúde. "Qualquer procedimento fora do nosso protocolo será averiguado", afirmou. Com informações da Folhapress.
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