Pedagoga é vítima de racismo durante formatura em Minas
Jovens arrancaram o turbante da jovem durante evento no Palácio Cristal, em Uberlândia (MG)
© Reprodução / facebook
Brasil Denúncia
A pedagoga e ativista de igualdade racial Dandara Tonantzin Castro foi vítima de racismo durante uma festa de formatura do curso de engenharia civil da Universidade Federal de Unberlândia no último final de semana no Palácio Cristal, em Uberlândia (MG).
No episódio, o turbante dourado de Dandara foi arrancado por um jovem. "Quando passei por ele novamente, sozinha, ele puxou pela segunda vez, fiquei tão brava que gritei para ele não tocar no meu turbante", contou.
A pedagoga contou ainda que o jovem chamou amigos e que um deles jogou seu turbante no chão. "Quando fui catar, incrédula do que estava acontecendo, jogaram cerveja em mim. Muita cerveja. Fiquei cega, sai desesperada para achar meus amigos. Sabia que se ficasse ali poderia até ter mais agressões físicas", relatou.
Ainda na denúncia, feita pelas redes sociais, Dandara conta que quando os seguranças foram falar com o rapaz, o jovem disse "só tirei aquele turbante da cabeça dela". A vítima conta ainda que as namoradas foram pedir que a pedagoga fosse expulsa do evento.
"Quando fui no banheiro ainda tive que ouvir ameaças indiretas, sobre me bater e outras coisas terríveis que não consigo nem dizer aqui. Fomos os últimos a sair por medo de fazerem alguma coisa conosco do lado de fora", disse Dandara.
A publicação no Facebook, postada no domingo (23), já foi compartilhada por mais de 13 mil pessoas.
"Me mantive forte muito tempo. Mas o racismo é cruel. Minha lágrimas estão molhando muito a tela do celular, só de pensar que estes e tantos outros passaram impunes", escreveu Dandara no fim do relato.
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