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Secretário de Doria diz que 'não vai mais ter cracolândia'

Na megaoperação, realizada na manhã deste domngo (21), foram presas 38 pessoas

Secretário de Doria diz que 'não vai mais ter cracolândia'
Notícias ao Minuto Brasil

11:59 - 21/05/17 por Folhapress

Brasil após ação policial

Após megaoperação policial na manhã deste domingo, o prefeito João Doria anunciou o fim do programa Braços Abertos, da gestão de seu antecessor, Fernando Haddad (PT), e o secretário municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Filipe Sabará disse que "não vai ter mais cracolândia".

"Eles [traficantes e dependentes químicos] não vão voltar pra cá", disse Sabará. Os usuários de crack que estavam na região no momento da ação policial seguem espalhados no entorno, como nas praças Júlio Prestes e Princesa Isabel.

Doria decretou o fim do programa social de Haddad, como já havia anunciado que faria, mas manterá ações do projeto extinto, como auxílio ao dependente químico com emprego, moradia e redução de danos, sob o guarda-chuva de um novo programa, batizado Redenção.

"Não haverá mais pensão ou hotel, nenhuma acomodação desse tipo. Toda a área sofrerá uma amplo projeto de reurbanização", disse Doria. Como balanço da ação desta manhã, que envolveu mais de 500 policiais, helicópteros e bombas na região da cracolândia, o prefeito elogiou: "sem vítimas, sem violência, com muita eficiência da força policial". Foram presas 38 pessoas, 28 delas no chamado "fluxo".

Segundo o secretário municipal da Saúde, Wilson Pollara, a região será revitalizada e será feito policiamento ostensivo para evitar que os dependentes químicos voltem a ocupar as ruas da área. "Será feito o acolhimento e eles serão enviados para os centros de tratamento", disse.

Ainda segundo o secretário, os hotéis que servem como base para o tráfico na alameda Dino Bueno serão demolidos.

TROCA DE PLACA

o secretário Filipe Sabará retirou, com um funcionário da prefeitura, a placa que identificava a tenda do Braços Abertos para atendimento a usuários de drogas na cracolândia. A ideia de Doria é dar nova roupagem a ações sociais voltadas a dependentes químicos da região.

A hospedagem e a remuneração por trabalhos como varrição serão preservadas, desde que os usuários se comprometam a fazer tratamentos de desintoxicação ligados ao Recomeço, programa da gestão estadual, de seu correligionário Geraldo Alckmin.Os programas da prefeitura da cidade e do Estado para dependentes de crack se notabilizaram nos últimos anos por terem princípios conflitantes. O Recomeço, criado em 2013 por Alckmin, propõe tratamentos por internação, às vezes involuntária, e passagens por comunidades terapêuticas.

Já o de Haddad, do início de 2014, preconizava a redução de danos: o dependente deve diminuir o consumo das drogas enquanto aumenta sua autonomia, por meio da oferta de emprego e moradia, muitas vezes na própria região.

Apesar de avanços lentos e pontuais, ambas as ações vinham sendo alvo de críticas, pela impressão de que mesmo com eles, pouco mudou na ocupação do centro de São Paulo por usuários e traficantes de crack.

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