Morador resiste e estrutura na nova cracolândia é adiada
Homens da Guarda Civil Metropolitana chegaram a isolar a área para um trator derrubar o muro do terreno
© Paulo Whitaker/Reuters
Brasil Para depois
A gestão João Doria (PSDB) suspendeu, na manhã desta quarta (31), a instalação de um ponto para atender e acolher os usuários da nova cracolândia, na praça Princesa Isabel, no centro de São Paulo.
O local concentra o maior número de usuários de drogas desde a realização da operação policial na antiga cracolândia, no dia 21.Uma série de contêineres com estrutura para chuveiros, banheiros, refeitórios e dormitórios seriam montados em um terreno que pertence à Cohab, na rua General Rondon, a uma quadra da praça.O espaço é murado e a ideia da prefeitura seria derrubar o muro para garantir a circulação e um melhor atendimento aos viciados.
Homens da Guarda Civil Metropolitana chegaram a isolar a área para um trator derrubar o muro do terreno, mas a ação foi cancelada depois de um tumulto no local.
Os moradores e comerciantes da rua disseram que não foram avisados e ficaram revoltados com a iniciativa. A prefeitura decidiu cancelar a instalação da estrutura, mas não informou o que irá fazer.
"Não fomos avisados de nada", disse a aposentada Marlene de Oliveira, 57, moradora do local há 23 anos. Segundo ela, a preocupação é que o espaço de atendimento atraia ainda mais usuários. "Os dependentes químicos não estão no seu juízo normal, andam com faca e pela droga podem fazer qualquer coisa", afirmou.
Segundo Oliveira, a prefeitura informou aos moradores que os contêineres funcionariam por até quatro meses. "Mas sabemos que isso não vai acontecer. Essa estrutura será permanente e nada será feito para garantir a nossa segurança aqui." Um abaixo-assinado de moradores e de comerciantes que será encaminhado à prefeitura pede a retirada da nova cracolândia da praça Princesa Isabel.
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