Depois que o prefeito Marcelo Crivella (PRB) confirmou que manterá a redução nos recursos repassados às escolas de samba do Rio de Janeiro, as agremiações paulistanas enfrentam incerteza quanto ao futuro dos próprios desfiles em 2018.

As 14 escolas de samba do Grupo Especial de São Paulo receberam R$ 1,1 milhão da prefeitura, cada uma, neste ano. Apesar de bem menor que o montante recebido pelas agremiações do Rio, que receberam R$ 2 milhões cada, o valor ainda é significativo.

Presidente da Acadêmicos do Tucuruvi, Hussein Abdo ElSelam, conhecido como Seu Jamil, conta que uma agremiação investe cerca de R$ 4 milhões em um desfile, considerando três mil componentes. Além de patrocínios e eventos nas quadras, as escolas precisam do apoio do governo.

"Estamos com o coração na boca. Se fizerem aqui como o Crivella fez no Rio, vai morrer o nosso carnaval. Acaba com a escola também. O que ele está fazendo é um crime", reclamou Seu Jamil ao Extra. A Liga das Escolas de Samba de São Paulo informou que não tinha comentários sobre o assunto.

Apesar de o prefeito João Doria (PSDB) não ter se pronunciado sobre o carnaval de 2018, as escolas reclamam da falta de diálogo. Em janeiro, Doria reduziu em 90% a premiação para o Rei Momo e a Rainha do Carnaval. Ano passado, a chamada Corte do carnaval recebeu R$ 20 mil e R$ 15 mil, respectivamente. O prêmio, neste ano, foi de R$ 2 mil para cada. Houve corte também no camarote da prefeitura no Sambódromo do Anhembi - de R$ 2,7 milhões, em 2016, para R$ 130 mil neste ano.

Em nota, a Secretaria de Turismo de São Paulo informou que "a ideia da prefeitura de São Paulo é diminuir gradualmente a verba pública destinada às escolas e auxiliar a busca por mais patrocínio privado para o carnaval".

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