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Escola pede para alunos se vestirem de 'favelados do Rio' em festa

Turma teria sido dividida em dois: de uma lado, favelados do Rio de Janeiro e do outro, médicos, advogados e empresários

Notícias ao Minuto Brasil

16:42 - 29/06/17 por Notícias Ao Minuto

Brasil Polémica

Uma escola particular de Itajaí, em Santa Catarina, gerou polêmica nas redes sociais ao enviar um convite para a festa de integração da instituição, que está agendada para o próximo sábado (1º). No comunicado enviado aos pais dos alunos do 4º ano (acima), os professores pedem que os alunos se caracterizem de “favelados do Rio de Janeiro”.

Um dos alunos do Colégio Fayal, o filho de Willian Domingues, explicou que a turma foi dividida em duas classes sociais para a festa. "De um lado os favelados do Rio de Janeiro, que iriam de bermuda, chinelo, óculos escuros e boné, e a outra metade, vestida como médicos, advogados e empresários, para representar a outra parte da cidade”, descreveu o pai em uma rede social.

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“Ficamos indignados com isso porque sempre lutamos contra o preconceito. Faço um trabalho com a cultura hip-hop há 20 anos e ensinamos dentro de casa a não ter nenhum tipo de preconceito”, disse Willian ao G1.

A escola pediu desculpas e disse que a intenção não era criar estereótipos e “sim expor movimentos de cidadania. A instituição alegou que houve um "sério equívoco no bilhete enviado às famílias".

Ainda segundo a direção da escola, a festa, que acontece anualmente, terá Cidadania Solidária como tema, pois questões relacionadas com desigualdades sociais foram abordados com os alunos.

“Pois ainda que possamos ter explicações, reconhecemos a inadequação de uma frase descontextualizada. Nosso espírito educacional é sempre na intenção de realizar ações que possam somar com a comunidade. Houve um sério equívoco no bilhete enviado às famílias dos quartos anos e que separado do contexto a que pertencia tornou-se inaceitável”, escreveu a escola na internet.

Ainda segundo o comunicado, a atividade foi “baseada na canção Alagados, do conjunto Paralamas do Sucesso, onde é citado a Favela da Maré, uma das maiores do Rio de Janeiro, onde vivem hoje 130 mil pessoas, em comunidades que se estendem entre a avenida Brasil e a Linha vermelha – duas das mais importantes vias de acesso à cidade. Não viemos criar muros e sim trabalhar e expor estes movimentos de cidadania e inclusão”.

Alguns pais, no entanto, não viram nada de errado no convite da escola. “O que mais me indigna é que alguns pais acham isso uma coisa mais normal do mundo, apesar de a escola ter assumido o erro, que vão rever, que os responsáveis serão advertidos, muitos pais se viraram contra a minha esposa achando isso a coisa mais normal do mundo, que é questão de interpretação. Gente que acha normal porque nunca sentiu na pele a descriminalização. Não é necessário intenção para ser racista ou expressar qualquer tipo de preconceito”, disse o pai que fez a denúncia.

A escola afirmou ainda que não tolera "racismo, xenofobia, homofobia ou qualquer intolerância de classes. Convidamos a todos para acompanharem o nosso trabalho que sempre privilegiou os valores e reafirmar que repudiamos toda e qualquer forma de exclusão. Contamos com a compreensão nesse momento e as providências internas já foram tomadas. Por isso estamos indo além do pedido de desculpas. Assumimos aqui um compromisso público de sermos cada vez mais intolerantes e intransigentes nesse sentido. Enfrentaremos esse momento com humildade e o superaremos , fica o aprendizado”.

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