Mensalão: onde estão os condenados no esquema de corrupção
O único que está preso é o publicitário Marcos Valério, 56 anos
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Brasil Cinco anos depois
Já se passaram cinco anos do julgamento do mensalão, um dos maiores escândalos de corrupção na política brasileira, que negociava a compra de votos de parlamentares no Congresso Nacional entre 2005 e 2006. O processo resultou em 26 condenados que, segundo a reportagem da Folha de S. Paulo, levam hoje uma vida discreta.
O único que está preso é o publicitário Marcos Valério, 56 anos. Os demais estão fora da cadeia, pois conseguiram perdão judicial, regime semiaberto ou prisão domiciliar.
Entre eles, José Dirceu (PT), que afirmou no início do mês que segue na luta: "nós vamos retomar o governo do Brasil".
Os protagonistas do escândalo de corruppção se mantêm longe dos holofotes e dividem-se na tentativa de se firmar novamente nas suas antigas áreas de atuação, em curtir a aposentadoria, em iniciar novos projetos e também há aqueles que respondem a novas acusações.
Roberto Jefferson é o único com plano declarado para um retorno à política no curto prazo, já afirmou que candidato a deputado federal "se a saúde deixar". A publicação recorda que ele tem câncer na garganta.
O ex-presidente do PR Valdemar da Costa Neto segue articulando votos em favor do peemedebista na votação de denúncia por corrupção passiva e encontrou-se com Michel Temer em Brasília na última semana.
O ex-presidente do PT José Genoíno trabalha como instrutor em cursos online ministrados pela Fundação Perseu Abramo.
Valdemar da Costa Neto é um dos mentores da criação de um novo partido, o Muda Brasil.
José Roberto Salgado, 56, ex-diretor do Banco Rural, ganhou liberdade condicional em dezembro passado e se dedica à criação de touros da raça guzerá em Curvelo (MG).
Sócios de Marcos Valério na agência de publicidade SMP&B, Cristiano Paz, 65, e Ramon Hollerbach, 69, cumprem pena no semiaberto e tentam se firmar em empregos.
O ex-deputado federal João Paulo Cunha (PT) terminou o curso de direito e agora trabalha em um escritório de advocacia e faz pós-graduação em Direito Constitucional em Brasília.
Cunha, Genoino e Costa Neto tiveram perdão judicial no processo do mensalão.
O ex-deputado José Borba (PMDB) retornou à cidade de Jandaia do Sul (PR) para tentar seguir carreira política e tentou eleger a mulher prefeita do município, mas ela não ganhou.
Ex-presidente do Banco Rural, Kátia Rabello, 56, obteve liberdade condicional no mês passado, e Simone Reis Vasconcelos, 60, ex-funcionária de Marcos Valério, teve a pena extinta em maio, por indulto de Dia das Mães. As duas se aposentaram.
NOVOS PROCESSOS
A reportagem refere que pelo menos cinco dos 26 condenados no mensalão estão envolvidos em novos processos relacionados à Operação Lava Jato. José Dirceu foi condenado a 11 anos e 8 meses e prisão e recorre em prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica.
O ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, o ex-assessor parlamentar do PP João Cláudio Genu e o empresário Enivaldo Quadrado também foram condenados, mas recorrem em liberdade.
O ex-deputado federal Pedro Corrêa foi condenado a 20 anos de prisão e cumpre pena em regime fechado. No entanto, desde março está em prisão domiciliar em decorrência de uma cirurgia na coluna. A proposta de delação premiada dele aguarda homologação do STF (Supremo Tribunal federal).
Duda Mendonça, réu absolvido no mensalão, confessou o recebimento de caixa dois da Odebrecht na campanha de Paulo Skaf (PMDB) em 2014.