Homens ameaçam refugiados que vendiam esfirras na zona sul do Rio
Aos gritos de "saiam do meu país" um grupo de homens armados com pedaços de paus expulsaram dois trabalhadores estrangeiros de suas barracas de comida
© Reprodução / Facebook
Brasil Ódio
Um vídeo postado nas redes sociais na última terça-feira(1), mostra um grupo de homens armados com pedaços de paus e canos que começam a proferir insultos xenofóbicos contra dois estrangeiros que vendiam esfirras em Copacabana, esquina com a rua santa clara, na Zona Sul do Rio de Janeiro.
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Aos gritos de "saiam do meu país" e "o Brasil está sendo invadido por esses homens bomba" os homens ameaçam e expulsam os dois trabalhadores.
Várias pessoas passavam pelo local na hora do ataque, mas não houve intervenção policial. Uma mulher ao fundo do vídeo ainda tenta argumentar com os agressores "eles são trabalhadores como a gente".
Após a publicação do vídeo no Facebook vários internautas prestaram apoio aos estrangeiros, dizendo não se sentirem representados pelo grupo que pedia sua retirada do Brasil. "Mohamed, nos desculpe e seja bem vindo! Infelizmente o Brasil e a América Latina tem vivido esse retrocesso todo..." comentou um dos internautas.
Mohamed Ali, um dos estrangeiros que sofreram o ataque se pronunciou sobre o caso no Facebook. Leia abaixo:
"Eu , Mohamed sou este rapaz que foi humilhado. Estou aqui vai fazer três anos. Vim pro Brasil porque eles abriram as portas pra todos os refugiados.Todos os meus amigos estão trabalhando .Estamos trabalhando arduamente. Estou muito sentido porque nunca pensei que isso pudesse acontecer comigo. Não me coloquei nessa situaçao porque essa guerra me fez vir pra cá. Vim com amor , porque os amigos sempre diziam que o Brasil aceita muito outras culturas e religiões e as pessoas são amáveis e todos os refugiados procuram paz.Não sou terrorista, se eu fosse , eu nao estaria aqui , estaria lá lutando como eles fazem.Obrigado a todos que ficaram do meu lado e tenho muitas esperanças no Brasil ! Moro no Brasil e aqui já é minha pátria . Espero que nao aconteça isso com mais ninguém, de nenhuma nacionalidade, credo."