Professora agredida por aluno é hostilizada: 'não vão me calar'
Marcia Friggi denuncia mensagens de ódio recebidas via redes sociais
Brasil Desabafo
"Já atingiram o meu olho, mas não vão me calar", avisou a professora Marcia Friggi, de 51 anos, agredida, com um livro, por um aluno de 15 anos, em Indaial, Santa Catarina. A mestre de língua portuguesa e literatura está sendo hostilizada nas redes sociais, após a repercussão da agressão, que a deixou com o supercílio cortado, em plena sala de aula. Entre mensagens de apoio, o post da professora teve comentários como "merecido!" ou "provou do próprio veneno".
Em entrevista à BBC Brasil, Marcia Friggi desabafou: "Estou estarrecida. Certas pessoas estão escrevendo que eu merecia isso, por meu posicionamento político de esquerda, de feminista. Na sala de aula é uma coisa, mas nas redes sociais tenho todo o direito de me expressar".
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Professora em duas escolas, uma da rede municipal e outra da estadual, a vítima ressaltou que exerce "uma das profissões mais dignas do mundo, com um salário miserável". "Somos agredidos verbalmente de forma cotidiana. Fomos [os professores] relegados ao abandono de muitos governos e da sociedade. Somos reféns de alunos e de famílias que há muito não conseguem educar. Esta é a geração de cristal: de quem não se pode cobrar nada, que não tem noção de nada", lamenta.