Sobreviventes do naufrágio de uma lancha com cerca de cem pessoas a bordo na Grande Salvador relatam que muitas vítimas caíram no mar com o acidente, que ocorreu sob chuva forte.

Já foram resgatados 22 corpos, levados ao Instituto Médico Legal. Entre os mortos, está uma criança de um ano.O sonoplasta Edvaldo Santos, 51 anos, morador da ilha de Itaparica que faz o trajeto diariamente para trabalhar em Salvador conta que ventava forte e grandes ondas começaram a se chocar contra a lancha.

"Uma primeira [onda] atingiu a embarcação, que ficou de lado e fez todos correrem pro lado oposto. Em seguida, uma segunda onda fez a embarcação virar", conta ele. "Muita gente caiu no mar." Para Edvaldo, a impressão é que a lancha estava muito lotada, acima da capacidade pelas condições do tempo.

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Ele também reclamou da demora no resgate. "Levaram duas horas para resgatar as pessoas. Absurdo, pois a lancha estava próxima do atracadouro." Segundo a Astramab (Associação de Transportadores Marítimos da Bahia), entidade que reúne donos de embarcações, a lancha Cavalo Marinho 1 tinha capacidade pra 162 pessoas.

A faxineira Morenita Santana, 34, também moradora da ilha, disse que não havia segurança na lancha. "Nenhuma. Quando a gente percebeu, a embarcação já tinha virado por cima da gente", diz a mulher, que viaja para a capital todas as quintas para trabalhar. Ela diz não ter tido tempo suficiente para colocar o colete salva-vidas.

Em Salvador, dezenas de pessoas ainda aguardam por notícias dos familiares, próximo ao terminal marítimo do bairro do Comércio. No local, várias ambulâncias do Samu e do corpo de bombeiros, além de veículos do departamento de polícia técnica. Com informações da Folhapress.