Cientista: estuprador de ônibus pode ter síndrome e não ser criminoso
Jovem teria sofrido um acidente de carro, que o deixou com danos graves na cabeça
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Brasil Caso
O jovem preso duas vezes só na semana passada por ejacular em mulheres dentro de ônibus em São Paulo pode sofrer de uma doença chamada síndrome de Klüver-Bucy e não ser um criminoso, explicou o neurocientista Robert Sapolsky, professor da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, ao jornal "Folha de S. Paulo".
Segundo a dona de casa Iracema de Moraes, mãe do rapaz acusado de estupro, Diego Ferreira de Novais, de 27 anos, o filho sofreu um acidente de carro e teve ferimentos graves na cabeça. Se confirmado que o jovem tem sequelas do acidente, para o neurocientista, Novais não é um criminoso e a justiça não será feita se ele for preso.
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Síndrome de Klüver-Bucy
Os especialista explicou ao jornal que cientistas fizeram um experimento retirando a parte frontal do cérebro de macacos e houve mudanças no comportamento sexual, deixando os animais agressivos.
Quando questionado se o caso de Novais pode ser este, o neurocientista explicou que é necessário avaliar. "Sem saber onde foi o dano na cabeça é difícil dizer. Mas soa como um acidente no córtex frontal, e o comportamento, como se fosse uma descrição de livro didático da síndrome. Os pacientes sabem distinguir o certo do errado, verbalizam essas diferenças, mas não se controlam e cometem os atos repetidas vezes", disse.
Ele é uma máquina biológica quebrada. Talvez precise ser isolado da sociedade, mas é preciso ter firme na cabeça que ele não é um criminoso e, se for encarcerado, a justiça não terá sido feita. Ele tem uma doença que o impossibilita de estar solto. É péssimo para ele, mas ele é perigoso."
Sapolsky explicou ainda que, até então, este dano é irreparável e piora quando a pessoa está estressada.