Paraná reduz número de policiais para novo depoimento de Lula
No depoimento de maio, o dobro do número de agentes foi escalado
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Brasil Segurança
Cerca de 1.500 agentes de segurança vão trabalhar no novo depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao juiz federal Sergio Moro, na quarta-feira (13), de acordo com o planejamento divulgado nesta segunda-feira (11) pela Secretaria da Segurança Pública do Paraná. No depoimento de maio, foram usados 3.000 policiais.
A redução de contingente e investimento levou em consideração a expectativa de público. Curitiba recebeu 200 ônibus e cerca de 6.000 manifestantes em maio. Desta vez, cerca de 2.500 pessoas e 40 ônibus devem se deslocar para a cidade, segundo o ex-ministro de Lula Gilberto Carvalho, que participou da reunião que definiu o planejamento de segurança como representante dos movimentos sociais que apoiam o ex-presidente.
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Carvalho também confirmou que Lula deve chegar a Curitiba nesta terça-feira (12), de carro. Em maio, o trajeto foi feito de avião.
O ex-presidente deve retornar a São Paulo na quinta-feira (14). Os horários não foram divulgados para não atrapalhar o esquema de segurança. A comitiva, no entanto, terá que avisar a Secretaria da Segurança Pública paranaense.
Outra mudança em relação ao planejamento do primeiro depoimento é que a parte administrativa da Justiça Federal irá funcionar normalmente quarta-feira. "Desta vez a Justiça Federal vai ter o seu expediente interno administrativo, porém com acesso controlado", afirmou o secretário da Segurança, Wagner Mesquita, depois da reunião que definiu as mudanças.
No depoimento de maio, apenas servidores que trabalharam na audiência, advogados e membros do Ministério Público Federal tiveram acesso ao prédio.
O planejamento operacional da área da Justiça Federal, no bairro Ahú, é similar ao do primeiro depoimento. Serão duas barreiras policiais em uma área de aproximadamente duas quadras a partir do prédio onde acontecerá o interrogatório.
Uma delas ficará na área mais afastada, a partir das 6h, e outra na praça Pedro Alexandre Brotto, exatamente em frente à Justiça Federal, a partir das 12h. O depoimento está marcado para as 14h.
"Operações parecidas, circunstâncias parecidas, no entanto o direcionamento foi menor por conta da notícia de que teremos menos ônibus envolvidos e menos pessoas", disse o secretário.
O investimento também será menor. "Na operação passada, nós tivemos um investimento de R$ 150 mil. Estimamos que o investimento seja menor desta vez", afirmou Mesquita. No depoimento de maio, R$ 110 mil foram consumidos apenas pela Polícia Militar, que deslocou soldados do interior do Estado para o dia do depoimento. Desta vez, apenas agentes da capital e região metropolitana participarão da operação.
De acordo com o secretário, a expectativa para o primeiro depoimento explicou o contingente mais elevado. Ele afirmou nesta segunda-feira (11) que havia informações de que 60 mil pessoas chegariam a Curitiba e também de possíveis conflitos entre os grupos antagônicos, o que acabou não se confirmando.
"O planejamento foi voltado a evitar que houvesse esse confronto. Nós conseguimos de fato evitar. É difícil mensurar qual é o retorno. Mas só o fato de não ter havido nenhum fato negativo, ninguém se feriu, não houve dano ao patrimônio público, justifica o emprego de qualquer ferramenta de segurança pública."
ATO PRÓ-LULA
Segundo Gilberto Carvalho, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) não irá participar do ato em Curitiba, mas deputados federais e estaduais confirmaram presença.
"Em função da caravana do Nordeste, que consumiu muita energia, nós nos preparamos diferente. Não teve uma convocação nacional. Teremos um grupo menor de pessoas", afirmou.
"É uma manifestação de apoio e carinho ao ex-presidente Lula. Estamos convidando a militância para vir. É um gesto para o ex-presidente se sentir apoiado. Acreditamos na inocência dele, na verdade. Diferentemente da outra vez, será apenas num dia, dia 13." Na primeira ocasião, militantes da Frente Brasil Popular pernoitaram em Curitiba depois do depoimento.
O movimento também organiza manifestações culturais, uma aula com o ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão e o lançamento de um livro escrito por 101 juristas sobre a Lava Jato.
A frente de apoio ao ex-presidente Lula vai se concentrar na praça Generoso Marques, em frente ao Paço da Liberdade, no centro de Curitiba, a partir das 15h, com carro de som. O evento está sendo chamado de 2ª Jornada de Lutas Pela Democracia.
Após prestar depoimento, Lula participará do ato na praça, segundo Carvalho.
MBL
Na terça-feira (11), o MBL organiza um ato com adesivaço e buzinaço contra Lula, às 17h, em frente à sede da Justiça Federal em Curitiba.
Na quarta (12), dia do depoimento, o grupo prepara uma manifestação similar às 13h, em frente ao Museu Oscar Niemeyer, no centro cívico. A organização espera de 20 a 30 pessoas, "pois a maioria dos ativistas estarão em seus ofícios".
Em seguida, haverá uma marcha para a Justiça Federal, onde os manifestantes se reunirão a partir das 17h, aguardando o fim do depoimento do ex-presidente.
REVISTAS
A Secretaria da Segurança Pública também confirmou que haverá revistas nos ônibus. "Nós não abrimos mão de fazer a fiscalização das estradas. Os ônibus que vierem, que venham com documentação em dia, bom estado, sem trazer material que não seja condizente com uma manifestação democrática. Da outra vez aprendemos foices, facas", afirmou Mesquita.
Participaram da reunião as polícias Civil e Militar, Polícia Rodoviária (estadual e federal), Polícia Federal, Guarda Municipal, agentes de trânsito, Ministério Público (estadual e federal) e Defensoria Pública.