Meteorologia

  • 22 NOVEMBRO 2024
Tempo
--º
MIN --º MÁX --º

Edição

Com votações na Câmara, votação de PEC que barra aborto é adiada

Votação foi remarcada para 4 de outubro

Com votações na Câmara, votação de PEC que barra aborto é adiada
Notícias ao Minuto Brasil

18:55 - 20/09/17 por Estadao Conteudo

Brasil Sessão

Devido ao início da Ordem do Dia no plenário da Câmara, a bancada evangélica não conseguiu votar nesta quarta-feira, 20, na comissão especial a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que, na prática, põe em risco à legislação em vigor que permite a interrupção da gravidez no País. A sessão foi cancelada e a votação foi remarcada para 4 de outubro.

Originalmente, a PEC tratava da extensão da licença maternidade para a trabalhadora que tiver bebê prematuro. Pela proposta, a licença à gestante com duração de 120 dias pode ser estendida, sem prejuízo de emprego e salário, à quantidade de dias que o recém-nascido ficar internado, não podendo ultrapassar os 240 dias.

O relatório final do deputado Jorge Tadeu Mudalen (DEM-SP), no entanto, incluiu uma mudança no artigo primeiro da Constituição - que versa sobre os princípios fundamentais - enfatizando no texto "a dignidade da pessoa humana desde a sua concepção". A inserção do texto aconteceu após a votação da admissibilidade da PEC na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), fato que é contestado pela bancada contrária ao tema. "O que a gente quer é preservar a vida", justificou o relator.

+ Correios reforça que greve é parcial e não afeta serviços da empresa

A sessão chegou a ser aberta com uma questão de ordem dos opositores da inclusão do trecho que trata do aborto. A deputada Érika Kokay (PT-DF) disse que o tema era "estranho" ao conteúdo original da proposição. "É fraude constitucional e processual", acusou.

Atualmente, o Código Penal permite o aborto em caso de risco de morte para a gestante ou em situação de gravidez resultante de estupro. O Supremo Tribunal Federal também já decidiu que aborto de anencéfalo não é crime. Mudalen diz que sua proposição não muda o que já prevê o Código Penal, mas não descarta a possibilidade de questionamentos futuros na Justiça sobre a divergência textual entre nova emenda à Carta Magna e o Código Penal. "Entrar (na Justiça) todos podem entrar", disse.

A comissão foi instalada em dezembro passado em retaliação à decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) de que não é crime o aborto realizado durante o primeiro trimestre de gestação - independentemente do motivo que leve a mulher a interromper a gravidez.

O presidente do colegiado, Evandro Gussi (PV-SP), nega que a PEC revogará o que hoje é permitido no Código Penal e diz que a mudança no texto constitucional foi uma necessidade diante da "usurpação" de competência do legislativo pelo STF. "Sob pretexto de interpretação, tem se usurpado competências", declarou. Com informações do Estadão Conteúdo. 

Campo obrigatório